Domingo, 08 de Junho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 7 de junho de 2025
Em meio à desidratação do partido, o PSDB aprovou uma fusão com o Podemos em convenção nacional nesta quinta-feira (5). Os tucanos chancelaram uma decisão da executiva nacional do partido, que decidiu, no final de abril, seguir com as negociações desse processo. Em uma fusão, um novo partido é criado. Até este momento, o novo partido deve se chamar “PSDB+Podemos”.
Fundado em 1988, o PSDB controlou a presidência entre 1995 e 2002, no governo Fernando Henrique Cardoso, e chegou a administrar simultaneamente Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. A sigla polarizou com o PT no poder até as eleições de 2014. O declínio do partido começou em 2018, quando o então candidato presidencial Geraldo Alckmin ficou em quarto lugar. O Podemos deriva de uma fusão de partidos nanicos. Tem hoje 4 senadores e 15 deputados. O PSDB conta com 3 cadeiras no Senado e 13 na Câmara.
Com quórum de 73% tucanos aptos a votar na convenção , a fusão com o Podemos teve 201 votos favoráveis, 2 contra e 2 abstenções. “Todos que estamos aqui amamos o PSDB. Temos amor ao partido. O que estamos fazendo aqui hoje é algo para ajudar o partido na sua alavancagem, para que o partido tenha cada vez mais substância e força para a gente prosseguir e voltar a ser um grande protagonista nacional”, afirmou o presidente nacional do partido, Marconi Perillo, seguindo por críticas ao governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Para que a fusão se concretize, ainda é necessário que o Podemos vote essa fusão em uma convenção. Depois de ser aprovada dessa maneira pelos dois partidos, a fusão precisa ser aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Perillo afirmou que ainda não há uma definição sobre quem será o presidente ou qual será o nome ou o símbolo do novo partido de forma definitiva, além de questões estaduais e de governança. Isso, segundo ele, será decidido a partir desta aprovação do seguimento das negociações.
As negociações, entretanto, indicam que a atual presidente do Podemos, a deputada federal Renata Abreu (SP), deve ser a primeira presidente do partido. O cargo deve ser rotativo. O presidente do Instituto Teotônio Vilela, fundação de estudos do PSDB, deputado federal Aécio Neves, espera que a fusão seja finalizada em setembro ou outubro deste ano, a tempo de valer para as eleições de 2026.
“[A executiva nacional do PSDB] vai sentar à mesa com o Podemos na semana que vem e ajustar as situações pontuais, que eu acho pequenas”, disse. “A gente calcula que o TSE vai ter recesso daqui a pouco, em julho, [a fusão é] uma coisa para setembro, outubro, uma boa expectativa”.
O deputado federal tem a expectativa de, com a fusão, o PSDB+Podemos possa atrair os parlamentares insatisfeitos com a federação do União com o PP e, em 2026, eleger pelo menos 50 parlamentares.
“[Por conta da federação do] PP com o União Brasil, está sobrando gente para todo lado. O cara tem ali uma base dele, dentro do PP, que faz a chapa dele, que ele cabe com conforto. Chega na mesma região o cara do União, com mais votos que ele. Coloca uma vaga ali e ele dança”, exemplificou Aécio. “Então, esse parlamentar já está procurando caminhos. Nós estamos selecionando. Existem 14 deputados federais com mandato, pelo menos dois senadores, que se essa coisa der certo, estão prontos para vir”.
Se criado, o PSDB+Podemos reunirá a princípio 7 senadores e 28 deputados federais. Com isso, se igualaria ao União Brasil e ao PP em número de parlamentares no Senado, na quarta posição em tamanho da bancada, e, na Câmara, o novo partido seria o sétimo maior.
Nos últimos meses, o partido perdeu dois dos três governadores que tinha, Eduardo Leite (RS) e Raquel Lyra (PE), para o PSD. O governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, também tende a sair. A saída dos governadores deve corroer a base de prefeitos da sigla, que conquistou 273 cidades em 2024. O Podemos venceu em 129 municípios. As informações são do portal Valor Ecônomico.
No Ar: Pampa Na Madrugada