Sábado, 27 de Dezembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 27 de dezembro de 2025
Natal – impossível ignorá-lo, ficar indiferente. De alguma maneira ele nos toca e comove. As árvores natalinas, as luzes do comércio ajudam, criam o clima. Mas tudo nesta época evoca os nossos melhores sentimentos.
Não somos assim durante todo o ano. Estamos muito ocupados com as nossas aflições, com os nossos negócios, com a dura luta pela vida – todos andam com pressa, é preciso pagar os boletos (ou hoje em dia enviar o Pix), cuidar dos filhos, aturar vizinhos barulhentos, os motoristas com os nervos à flor da pele, o trânsito caótico, as gabolices dos governantes, Trump, a guerrilha política. Como baixar a bola, acalmar o espírito, encarar o próximo com paciência e empatia?
Tudo conspira para o estresse, o mau humor, a cara fechada, o desassossego, a noite mal dormida. Nada inspira o cuidado, o trato afetivo, a palavra de consolo, um sorriso que seja, uma pausa breve para as nossas atribulações.
Esperança? Quem quer saber de esperança no tumulto deste nosso tempo? Só queremos que o dia acabe logo. Mas como ainda existe vida, vislumbramos de longe – quem sabe – uma noite de sono reparador, quem sabe amanhã o primeiro dia de uma existência menos precária?
Então, como convém, desaceleramos, vemos e ouvimos os sinais dessa pequena época dourada de todos os anos, e com pressa embora, somos tocados pelos anjos da paz: ao dizer “bom dia” o coração emana vibrações suaves e sinceros desejos. Não é mais o bom dia com a emoção dos robôs – há, no cumprimento singelo, calor e humanidade.
E na medida em que se aproxima o dia do Menino, vamos afastando os maus fluídos, calando nossos demônios interiores, e abrimos o portal dos anjos do bem, da paz e da solidariedade.
Quase sem sentir, vamos entrando no clima, do fundo brotam sensações de afeto, ficamos mais sensíveis, menos indiferentes, mais solidários – as trocas do amigo-secreto, os enfeites do pinheirinho, o presépio, as festas de final de ano nas empresas, as lojas lotadas de consumidores ansiosos para comprar o presente do filho, do pai, do namorado, de alguém que se quer bem.
Se forma uma corrente de euforia e felicidade, que pode se estender até a entrada do ano novo. Não damos vez às preocupações, esquecemos as desventuras, brindamos ao tilintar do espumante, celebramos a vida. Foi vida em abundância que o Menino prometeu, se ela for vivida com amor, desprendimento e solidariedade.
Presentes: alegria de quem recebe e de quem dá. Entrar e sair das lojas, escolher, comprar – apesar dos preços que andam bem salgados. Adivinhar o gosto do destinatário, acertar na mosca, ver os olhos de quem recebe brilhar de satisfação: não tem preço.
Sim, porque o presente é um sinal de afeto, carinho, amor. Sim, porque a pessoa que recebe se sente amada e querida. Nestes dias de dezembro, mais do que nos outros dias, cada mimo, dádiva, lembrança singela é uma declaração de amor.
Tempo de risos largos, abraços apertados, beijos apaixonados. Abra o coração e desfrute desses raros momentos de paixão e humanidade. Feliz Natal!
(titoguarniere@terra.com.br)