Quarta-feira, 31 de Dezembro de 2025

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Considerar racismo crime se somos uma só raça?

A raça humana.

Os preconceitos são de origem étnica.

A expressão: “Racismo é crime” não ajuda no objetivo. O preconceito segue velado, só com o medo da punição.

Que tal uma nova abordagem?

Não existe cor em humanos, ainda que no carnaval tenha gente pintada de várias cores, mas no original não tem.

Temos diferenças de tons de pele de acordo com a produção de melanina.

Os ditos “brancos” são assim denominados por causa justamente dos que não são brancos.

Se o conjunto de pessoas for, na unanimidade, de brancos, ninguém cita isso!

Já com negros é justamente o contrário. Será por preconceito ou por se tratar de uma minoria localizada?

Se o negro é afrodescendente, o branco deveria ser eurodescendente? E os japoneses, asiodescendentes?

Que coisa chata isso!

Vamos adiante! O preconceito não está na pele, mas sim na consciência e na ignorância. Quanto menos isso tiver importância, melhor será!

O preconceituoso deve se autoenvergonhar, daí ele muda. A mudança de valores é de foro íntimo. Esqueçamos a pele e enxerguem a pessoa!

A escravidão foi ruim? Sim, foi péssima, melhor que não houvesse, mas tivemos.

Não há como mudar isso. Está lá atrás na história. Vamos olhar o lado bom do que herdamos da cultura africana.

Como seríamos sem Machado de Assis? O futebol sem Edson Arantes do Nascimento? E tantos outros atletas de ponta que tão bem representaram nosso país?

Na música, sem Milton Nascimento, Gilberto Gil, Jorge Ben Jor, Tim Maia e tantos outros brasileiros que nos enchem de alegria e orgulho, como Adhemar Ferreira da Silva, pai mundial da Volta Olímpica? O nosso cinema sem Grande Otelo?

Que sem graça seria!

E Aleijadinho! Mestre do barroco e pai da arte sacra brasileira!?

E Lupicínio Rodrigues?

E o nosso “Até a pé nós iremos…”

E Cartola?

“Queixo-me às rosas

Que bobagem, as rosas não falam

Simplesmente as rosas exalam

O perfume que roubam de ti.”

E Evaldo Braga

“Sorria, meu bem

Sorria

Da infelicidade

Que você procurou

Sorria, meu bem

Sorria

Você hoje chora

Por alguém que nunca lhe amou.”

E a canção natalina “Anoiteceu “ do Assis Valente

“Eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai Noel

Bem assim, felicidade

Eu pensei que fosse uma brincadeira de papel.”

O passado ruim nos deixou um legado, um patrimônio que construiu nossa história e a nossa identidade brasileira.

Dos que vieram da África herdamos a alegria de viver, o gosto pela música, o espírito calmo e um bom humor que europeu azedo não tem.

A cultura africana é formadora da cultura brasileira, nos costumes, nas artes, política, culinária, religião e, principalmente, no trabalho na construção da identidade do Brasil.

Imagine a situação: uma família de escravizados africanos que foi para a Colômbia, por exemplo, no século XVIII e viveu lá por mais de 200 anos.

Foram muitas gerações de cultura de seu país. Lá criaram raízes e laços de amor à terra e à cultura local.

Agora, no século XXI, um descendente dessa família vem para o Brasil, seus filhos são descendentes de colombianos ou iremos dizer que são afrodescendentes?

Irá valer só a aparência?

E é neste detalhe que iremos destacar como importante?

Imagine se nós não tivéssemos o poema Navio Negreiro, de Castro Alves?

Com seu emocionante final apoteótico ao ver a chegada de um navio com pessoas escravizadas:

“Levantai-vos, heróis do novo mundo!

Andrada, arranca esse pendão dos ares!

Colombo, fecha a porta dos teus mares!”

É lindo e emocionante demais para não louvar!! É épico demais para não nos orgulharmos!

– Rogério Pons da Silva – jornalista e empresário (rponsdasilva@gmail.com)

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