Quinta-feira, 25 de Abril de 2024

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Você foi à Feira do Livro de Brasília? O programa é imperdível. A gente passeia, encontra amigos, descobre montões de novos livros. Pode olhá-los, folheá-los, admirar as ilustrações, ler as historinhas, saltar páginas ou deixá-los sossegados na estante. É uma festa.

História

A festa está no nome. Feira, em latim, quer dizer dia de festa. As pessoas levantavam-se cedinho. Vestiam as roupas mais novas e saíam pra rua. Reuniam-se nas praças, batiam papo e ouviam música. Ninguém falava em trabalho. Era só descanso.

Vendo tanta gente reunida, os comerciantes tiveram uma ideia. Resolveram expor os produtos. Quem gostasse comprava. Aparecia de tudo – frutas, legumes, carnes, doces, animais, roupas, móveis. A variedade tomava conta do pedaço.

Semana

Resultado: o dia de festa virou dia de trabalho. Por isso, em português, os dias da semana têm feira no nome: segunda-feira, terça-feira, quarta-feira, quinta-feira, sexta-feira.

Segundo

Você acha que segunda-feira é o primeiro dia da semana? Nem pensar. O primeirão é o domingo. A segunda vem depois.

Ler

Na Feira do Livro, um verbo sobressai nos interiores e exteriores. É ler. De um jeito ou de outro, o monossílabo impera glorioso. Romancistas, poetas, roteiristas, memorialistas e outros istas conjugam-no sem economia. Vale, por isso, lembrar a mudança imposta ao pequenino. A reforma ortográfica cassou o acento do hiato eem. Agora ficou assim: ele lê, eles leem; ele vê, eles veem; ele crê, eles creem; ele dê, eles deem.

Sem confusão

A perda do acento de ler, ver, crer e dar não tem nada a ver com ter e vir. Essa duplinha mantém o chapéu: ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm.

Palavras de mestre

Monteiro Lobato repetia: “Um país se faz com homens e livros”. E completava: “Os livros não mudam o mundo. Mudam os homens. Os homens é que mudam o mundo”. O criador de Narizinho, Pedrinho, Emília, Jeca Tatu e tantas outras criaturas que povoam nosso universo sonhava inundar o Brasil de livros. Dar opção aos leitores. Sabia que livro não se impõe. Escolhe-se. “Uma leitura com cobrança”, dizia convicto, “é capaz de vacinar a criança para sempre.”

O poder

Ao pegar um livro, um jornal ou uma revista, a pessoa exercita o poder. Faz e acontece. Quem lhe assegura a força é Daniel Pennac. Ele escreveu os direitos imprescritíveis do leitor. Conhece?

– 1. O direito de não ler.

– 2. O direito de pular páginas.

– 3. O direito de não terminar um livro.

– 4. O direito de reler.

– 5. O direito de ler qualquer coisa.

– 6. O direito ao bovarismo (doença textualmente transmissível).

– 7. O direito de ler em qualquer lugar.

– 8. O direito de ler uma frase aqui e outra ali.

– 9. O direito de ler em voz alta.

– 10. O direito de não comentar.

Leitor pergunta

Terremotos são frequentes. Na quarta foi a vez do Afeganistão. Morreram mais mil afegãos. O fato me deixou curiosa: qual a etimologia da palavra que rouba o sossego de adultos e crianças? (Selina Dutra, Olinda)

– Terremoto tem duas partes. Uma: terra. A outra: moto. As quatro letras querem dizer movimento. A palavra completa? Movimento da Terra. O vaivém tem uma razão: enormes placas rochosas se assentam sob a superfície do planeta. Mexem-se na busca de acomodação. Às vezes abusam. Japão, México, Chile, Equador, Rússia, China conhecem a tragédia. Valha-nos, Deus!

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É festa, senhores
Bem-vindas, férias
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