Segunda-feira, 11 de Agosto de 2025

Home Brasil Diretor da ANAC é vaiado em cerimônia que marcou um ano da queda do avião da Voepass

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Um ano após o acidente com o ATR 72 da Voepass que matou 62 pessoas, familiares e amigos se reuniram neste sábado (09) para homenagear as vítimas. A cerimônia ocorreu a cerca de nove quilômetros do local da queda, considerada a maior tragédia da aviação civil brasileira desde 2007. Na ocasião, o diretor-presidente interino da ANAC, Adriano Miranda, foi vaiado por familiares ao subir ao palco representando a agência.

O evento foi marcado por forte emoção. Pais, mães, irmãos, cônjuges e amigos subiram ao palco para ler cartas, fazer discursos e dedicar músicas a seus entes queridos. Antes das homenagens individuais, um ato religioso foi realizado por volta das 9h.

Em uma das falas mais marcantes, Rosana, viúva de uma das vítimas, destacou a experiência do marido, que tinha habilitação para voar desde a década de 1980. “Aviadores não morrem, voltam para casa com as próprias asas”, declarou, sendo aplaudida pelo público, como informa a Folha de São Paulo.

A família de Lucas Felipe Costa Camargo, jovem de 22 anos e recém-formado em Direito, também prestou homenagem. “Voar era sua paixão. Seu segundo sonho, seu jeito de tocar o infinito. Hoje, a casa está mais vazia”, dizia a carta lida durante a cerimônia.

Em outro momento comovente, a jornalista Adriana Ibba falou sobre a filha Liz, de apenas três anos. “Mamãe queria te contar que seu desenho favorito ganhou uma integrante nova. A Peppa e o George agora têm uma irmãzinha. Suas amiguinhas do prédio sentem sua falta. Meninas de vários estados formaram um fã-clube e um memorial a você”, disse, emocionada.

O pai da comissária Débora Soper, Luiz Francisco Soper, relembrou que a filha havia acabado de mobiliar o apartamento e planejava apresentá-lo no Dia dos Pais. “Ela realizou o sonho que eu sempre quis realizar: trabalhar na aviação civil. É difícil expressar o que sinto”, afirmou.

Durante o evento, representantes da Polícia Federal, do CENIPA, da Defesa Civil de Vinhedo e do Corpo de Bombeiros foram homenageados com placas entregues pelas famílias. Ao final, uma árvore foi plantada em memória das vítimas. A Associação de Familiares reforçou que alertas sobre a operação da Voepass já haviam sido feitos antes do acidente e destacou que a luta é também por uma aviação mais segura no Brasil.

Passado 365 dias da tragédia, o Relatório Final não foi publicado pelo CENIPA (e nem existe previsão divulgada para tal), apesar da ICAO, que é a agência da ONU para Aviação Civil, preconizar a publicação deste documento no prazo de 12 meses após o ocorrido.

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