Terça-feira, 10 de Junho de 2025

Home Mundo Disputa entre Trump e Musk é ignorada pelo bolsonarismo nas redes sociais

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Assim que deixou o governo no final de maio, Elon Musk passou a criticar a política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na última quinta-feira (5), ambos se atacaram mutuamente, cada um em sua própria rede social.

Elon Musk é dono do X, antigo Twitter. Já Donald Trump realiza seus pronunciamentos na Truth Social, rede social criada por ele próprio em 2022.

Musk iniciou as ofensivas ao atacar abertamente a proposta orçamentária que Trump apresentou ao Congresso americano. O bilionário possui mais de 220 milhões de seguidores no X e faz questão de usar seu poder de influência para moldar a opinião pública a seu favor.

O presidente dos Estados Unidos possui uma audiência muito mais tímida, com pouco menos de 10 milhões de seguidores na Truth Social. No entanto, deixou claro que usaria os poderes presidenciais na disputa ao insinuar que poderia encerrar os contratos bilionários que Elon Musk, através de suas empresas, possui com o governo dos Estados Unidos.

Na troca aberta de ataques, Musk acusou Trump de estar associado aos casos de tráfico sexual de Jeffrey Epstein. Posteriormente, Musk apagou o texto divulgado. Na Truth Social, Trump afirmou que Musk se voltou contra ele por cauda da retirada de benefícios dos carros elétricos, o que afetaria a Tesla, uma das principais empresas do bilionário.

Após o embate, as ações da Tesla despencaram. Musk também anunciou no X que iria, em decorrência da ameaça de Trump de cancelar os contratos governamentais, descontinuar um dos principais projetos da SpaceX, a espaçonave Dragon, mas voltou atrás e apagou o tuíte.

Essa briga produz efeito na política brasileira, na medida que cria incertezas no campo da direita. Tanto Musk quanto Trump foram amplamente utilizados pelo bolsonarismo para demonstrar força nas redes sociais.

As investidas de Musk contra Alexandre de Moraes serviram de combustível para incendiar a base bolsonarista. Já a relação da família Bolsonaro com Trump é frequentemente explorada no sentido de aumentar as esperanças de que uma eventual ajuda externa possa virar o jogo a favor do bolsonarismo.

Desde o início da disputa nas redes sociais, o monitoramento em tempo real nos mais de 100 mil grupos públicos de mensageria analisados pela Palver apontou que o fato tem sido utilizado nos grupos de esquerda.

Os usuários celebram a disputa e entendem que uma eventual falta de coesão entre forças poderosas (o homem mais rico do mundo e o presidente americano) é benéfica para a esquerda.

Há ainda o entendimento de que, se a economia nos Estados Unidos demonstrar sinais de fraqueza, isso pode ajudar a eleição de democratas para o Congresso no ano que vem e, principalmente, impactar nas eleições presidenciais no Brasil de forma favorável ao presidente Lula.

Nos grupos de direita no WhatsApp e Telegram, predominou o silêncio com relação à disputa entre Musk e Trump. Os usuários se limitaram a compartilhar notícias sobre o desentendimento, mas não houve, até o momento, adesão a nenhum dos lados.

Os grupos bolsonaristas focaram em criticar a viagem de Lula à França, seja por causa dos gastos, ou pela tentativa do presidente em imitar os movimentos de um acrobata, ato que foi classificado como patético pelos usuários.

O silêncio da direita é estratégico na disputa digital, dado que evita o engajamento em tópicos que lhes sejam desfavoráveis, e não apenas foi utilizado no caso de Trump e Musk, como também na situação da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que teve sua prisão decretada após deixar o Brasil na última semana. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

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