Quarta-feira, 08 de Outubro de 2025

Home Política Dois ministros de Lula resistem a ultimato de seus partidos para se demitirem dos cargos e abandonarem o governo

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Apesar da ordem dos partidos PP e União Brasil para que deixem os cargos no governo, os ministros André Fufuca (PP), do Esporte, e Celso Sabino (União), do Turismo, decidiram permanecer nas funções. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como “pequenez” a possibilidade de punições contra os dois caso eles descumpram a determinação das legendas.

“Se as coisas tão dando certo, por que mexer? Por que essa pequenez, sabe? De achar que atrapalhar um ministro que está fazendo um bom trabalho, deixar de ser ministro por quê? Por raiva, por inveja, por disputa política”, afirmou Lula.

O presidente também ressaltou: “Quando chegar a época das eleições cada um vai pro canto que quiser. Eu não vou implorar pra nenhum partido ficar comigo. Vai estar comigo quem quiser estar comigo. Eu não sou daqueles que ficam tentando comprar deputado não”.

Ainda, Lula declarou que “quem quiser ir para o outro lado” vai precisar de “sorte”, porque a “extrema-direita não voltará a governar” o País.

No início de setembro, a federação União Progressista, formada por PP e União Brasil, determinou que seus filiados deixassem cargos no Executivo, parte da estratégia para as eleições de 2026. Na segunda-feira (6), Fufuca comunicou ao presidente que permaneceria no governo, contrariando a decisão do PP. Sabino também resiste em deixar a pasta, mesmo após processo disciplinar aberto pelo União Brasil que pode resultar em expulsão.

Sabino havia anunciado a intenção de entregar o cargo, mas continua à frente do Turismo. Dirigentes da sigla planejam se reunir nesta quarta-feira (8) para avaliar seu caso. Na segunda, ele antecipou seu retorno a Brasília, cancelando compromissos em Belém, ação atribuída por aliados às negociações para manter-se no ministério. Uma reunião entre ele e Lula chegou a ser cogitada para terça-feira, mas não foi confirmada até o fechamento desta reportagem.

No campo das articulações, Sabino almoçou com o deputado Fabio Schiochet (União-SC), relator do processo disciplinar, para tentar um acordo que lhe permita permanecer no partido e no cargo até a COP30, em novembro. Segundo apurado pela GloboNews, o parecer deve recomendar a destituição de Sabino da presidência do diretório estadual do União no Pará e sugerir a abertura de processo de expulsão, que pode ser adiado, garantindo-lhe algum tempo no posto.

No governo, a avaliação é que Lula prefere a manutenção dos ministros, mas não pretende intervir diretamente, considerando que se trata de uma “questão de partido”. Por outro lado, a federação União Progressista enfrenta turbulências internas provocadas pela resistência dos dois ministros. A disputa pelo candidato à Presidência em 2026 intensificou essas divergências.

Aliados de Sabino afirmam que a permanência no ministério é estratégica para sua possível candidatura ao Senado em 2026, objetivo que Fufuca também teria. No caso do deputado do PP, uma punição em análise seria a perda do comando da federação do PP-União no Maranhão, passando para Pedro Lucas, do União Brasil. Essa mudança, embora não necessariamente o impeça de concorrer ao Senado, poderia enfraquecer sua base política, especialmente sem o apoio do presidente Lula.

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