Terça-feira, 17 de Junho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 16 de junho de 2025
O dólar fechou a segunda-feira (16) em queda firme ante o real e abaixo dos R$ 5,50, renovando a menor cotação de 2025, em sintonia com o recuo quase generalizado da divisa norte-americana no exterior, enquanto investidores reagiam aos desdobramentos do conflito entre Israel e Irã e aguardavam as decisões de bancos centrais nesta semana.
A moeda norte-americana à vista fechou em baixa de 0,98%, aos R$ 5,4871 — menor valor de fechamento desde 7 de outubro do ano passado, quando encerrou em R$ 5,4865, e a primeira vez que o dólar termina a sessão abaixo de R$ 5,50 este ano. Em 2025 a divisa acumulou baixa de 11,20%.
Enquanto o Ibovespa acelerou e quase recuperou os 140 mil na máxima do dia (bateu em 139.988,36 pontos), antes de desacelerar levemente e fechar com mais 1,49%, aos 139.255,91 pontos, um ganho robusto de 2.043,28 pontos. É a maior alta desde o 1,76% do dia 13 de maio.
O dia começou com dados positivos das vendas do varejo da China, que cresceram 6,4% em maio ante abril, acima da expectativa de 5,0%, enquanto a produção industrial chinesa avançou 5,8% em maio ante o mesmo mês do ano anterior, abaixo dos 5,9% esperados.
Embora permaneçam os receios em torno da disputa tarifária entre EUA e China, os números deram força a diversas moedas de países exportadores de commodities. O movimento foi favorecido ainda pelo alívio nos preços do petróleo, que durante a tarde cediam cerca de 2% no mercado internacional.
Em todo o mundo investidores se mantiveram atentos aos desdobramentos do conflito entre Israel e Irã, em meio a notícias de que os iranianos buscam um cessar-fogo.
Neste cenário, o dólar cedia ao redor do mundo e, no Brasil, permaneceu no território negativo durante todo o dia, variando entre a cotação máxima de R$5,5385 (-0,05%) às 9h06 e a mínima de R$5,4856 (-1,01%) às 16h49.
“O recuo da moeda americana frente a pares globais, impulsionado por dados mais fracos da indústria nos EUA e indicadores positivos da China, somado à queda do petróleo com sinais positivos vindo no Oriente Médio, criou um ambiente propício ao aumento do apetite por risco”, resumiu Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
Investidores também aguardavam pela “Super-Quarta”, quando o Federal Reserve e o Banco Central do Brasil decidirão sobre suas taxas de juros.
As apostas de uma elevação adicional de 25 pontos-base da Selic, precificadas de forma majoritária no mercado, favoreciam o recuo do dólar ante o real, em meio à percepção de que o Brasil seguirá atrativo ao capital externo. Atualmente a Selic está em 14,75% ao ano.
No exterior, o dólar seguia em baixa no fim da tarde. Às 17h32, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,15%, a 98,129.
Pela manhã, em sua operação diária de rolagem, o Banco Central vendeu toda a oferta de 35.000 contratos de swap cambial tradicional. Em uma operação separada, o BC vendeu US$1 bilhão em dois leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra), também para rolagem.
No Brasil, mais boas notícias, o que também ajudou o Ibovespa a ampliar os ganhos nesta segunda-feira. Primeiro, o IGP-10 apresentou deflação de 0,97% em junho com recuo de matérias-primas brutas. Em maio, a variação também foi negativa, mas de apenas 0,01%. Depois, o Boletim Focus mostrou nova redução para a projeção de inflação, a terceira seguida. E, por fim, a “prévia do PIB”, como é chamado o IBC-Br, subiu 0,2% em abril, acima do esperado. Com informações do site de notícias InfoMoney.
No Ar: Pampa Na Madrugada