Quarta-feira, 25 de Junho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 24 de junho de 2025
O dólar operou com volatilidade nessa terça-feira (24), mas fechou em alta de 0,29%, cotado a R$ 5,51. O Ibovespa, por sua vez, avançou 0,45%, aos 137.165 pontos.
A guerra no Oriente Médio ficou no centro das atenções dos investidores. O Irã declarou o fim do conflito com Israel, após 12 dias de combates. Do lado israelense, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Eyal Zamir, confirmou o fim dos ataques ao território iraniano e afirmou que o foco agora voltará a ser a Faixa de Gaza.
Na véspera, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que a trégua havia sido estabelecida e que o conflito seria completamente encerrado nessa terça. Mesmo com acusações entre Israel e Irã de violar o acordo, vieram os anúncios de fim do conflito.
A proximidade do fim do prazo de suspensão do tarifaço imposto por Trump, que afetou mais de 180 países, também segue no radar dos investidores. Washington ainda busca concluir acordos com seus principais parceiros. Nessa terça, o jornal britânico “Financial Times” informou que a União Europeia prepara tarifas retaliatórias para garantir melhor acordo comercial com o republicano.
Nesse sentido, o mercado também segue atento a eventuais posicionamentos do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), em meio a sinais de que a instituição ainda espera para ver quais serão os efeitos das tarifas nos preços norte-americanos antes de baixar os juros do país.
No Brasil, investidores repercutiram a ata do Comitê de Política Monetária (Copom). O documento, divulgado pelo BC, reforçou a indicação da instituição no comunicado da semana passada, quando o colegiado disse que pretende interromper o ciclo de altas de juros para observar seus impactos na economia.
Violação
A declaração do Irã, de fim do conflito com Israel, ocorreu horas após o início de um cessar-fogo, anunciado pelos Estados Unidos na noite anterior e mediado com apoio do Catar. Ambos os países sinalizaram adesão à trégua.
Segundo a imprensa estatal iraniana, o presidente Masoud Pezeshkian classificou o desfecho como uma “grande vitória” para a nação e afirmou que a guerra foi “imposta ao Irã pelo aventurismo de Israel”.
O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, havia dito na véspera que “a nação iraniana não é uma nação que se rende”, sinalizando que o país manteria firmeza mesmo após os ataques americanos e israelenses.
O Comando Militar Conjunto do Irã afirmou que Israel e os Estados Unidos devem “aprender com os golpes esmagadores” sofridos durante os ataques iranianos — tanto no território israelense quanto na base americana de Al-Udeid, no Catar.
O cessar-fogo entrou em vigor nas primeiras horas dessa terça (1h da manhã no horário de Brasília), segundo anúncio feito pelo presidente dos EUA, Donald Trump. No entanto, relatos de novos ataques em Teerã e declarações cruzadas entre os envolvidos colocaram o acordo sob incerteza logo nas primeiras horas.
Trump afirmou que tanto Israel quanto Irã violaram os termos da trégua, negociada com participação ativa do Catar, e que estava “insatisfeito com os dois lados”.
“Israel tem de se acalmar. Tenho de fazer Israel se acalmar”, disse Trump ao embarcar para a cúpula da Otan, em Haia. Em uma rede social, o presidente dos EUA alertou: “Israel, não jogue suas bombas. Se fizer isso, será uma grande violação.”
Perto das 14h dessa terça (horário de Brasília), então, foi anunciado o fim do conflito.
Os confrontos entre Israel e Irã começaram em 13 de junho. Militares israelenses lançaram uma operação para destruir alvos nucleares iranianos, e Teerã retaliou com mísseis contra cidades como Tel Aviv, Haifa e Jerusalém.
Os bombardeios causaram mais de 240 mortes e milhares de feridos, segundo dados oficiais. Instituições independentes, no entanto, estimam que o número real pode ser ainda maior.
Juros e indicadores
Por fim, o mercado repercute a ata da última reunião do Copom. Segundo analistas, o tom do documento foi brando (“dovish”, no jargão do mercado), trazendo a expectativa de que os efeitos dos juros elevados ainda devem chegar na economia, desacelerando a atividade ao longo dos próximos meses.
Além disso, apesar de reconhecer que a inflação está melhor no curto prazo, o BC continuou a chamar a atenção para as projeções de alta dos preços pelo mercado, destacando as incertezas que ainda existem no cenário internacional.
Na semana passada, o comitê elevou a Selic para 15% ao ano, o maior nível em quase duas décadas. Em julho de 2006, durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a taxa estava em 15,25% ao ano.
Juros mais altos desestimulam o consumo, pois fica mais caro fazer empréstimos ou compras a prazo. Ao reduzir o consumo, a demanda por produtos diminui, o que ajuda a controlar a inflação, que ocorre quando a oferta não acompanha a demanda.
No Ar: Pampa Na Madrugada