Domingo, 12 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 11 de outubro de 2025
A campanha de Donald Trump para ser agraciado com o prêmio Nobel da Paz não deu certo ao menos desta vez. A líder opositora venezuelana María Corina Machado foi anunciada como vencedora, o que causou revolta na Casa Branca.
Trump tem se manifestado abertamente sobre seu desejo pelo prêmio, assumindo o crédito por encerrar diversos conflitos globais. Ele menciona o assunto com frequência, e inclusive o fez durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU em setembro.
“O comitê do Nobel provou que prioriza a política acima da paz”, disse o diretor de comunicações da Casa Branca, Steven Cheung. “O presidente Trump continuará fazendo acordos de paz, encerrando guerras e salvando vidas. Ele tem o coração de um humanista, e nunca haverá ninguém como ele, capaz de mover montanhas com a força de sua vontade.”, escreveu Cheung na rede social X (antigo Twitter).
Quatro presidentes americanos receberam o Prêmio Nobel da Paz: Theodore Roosevelt, Woodrow Wilson, Jimmy Carter e Barack Obama – único a ganhar o prêmio enquanto estava no cargo.
Reações
As ambições de Trump por um Prêmio Nobel da Paz são bem conhecidas, e mencionar seu nome para a premiação tornou-se comum entre líderes que buscam promover interesses diplomáticos com os EUA.
Muitos líderes estrangeiros, incluindo o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, já argumentaram publicamente que Trump mereceria a honraria.
Instado por repórteres a comentar o Prêmio Nobel, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que Trump está fazendo muito para resolver crises complexas.
“Obrigado ao presidente Putin!”, escreveu Trump em sua rede social Truth Social na sexta-feira, ao lado de um vídeo de Putin dizendo “este prêmio perdeu credibilidade”.
A própria María Corina Machado elogiou Trump no X após sua vitória, escrevendo: “Dedico este prêmio ao povo sofredor da Venezuela e ao presidente Trump por seu apoio decisivo à nossa causa”. A mensagem foi compartilhada por Trump no Truth Social.
Obstáculos
Apesar de seu lobby, Trump enfrentou obstáculos este ano.
A guerra da Rússia com a Ucrânia continua a todo vapor, apesar das exigências de Trump para que tanto o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky quanto Putin trabalhem pelo fim do derramamento de sangue. O acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas é um avanço significativo, mas ainda está em estágio inicial.
Em seu segundo mandato, Trump adotou uma política de “América em primeiro lugar”, remodelando drasticamente seu lugar na economia global e no cenário diplomático.
Semanas após assumir o cargo, seu então assessor Elon Musk supervisionou o desmantelamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), que fornecia assistência humanitária em todo o mundo.
As políticas de deportação em massa de Trump geraram protestos nos EUA e críticas de grupos humanitários e de direitos dos imigrantes.
A tentativa de Trump de usar tropas da Guarda Nacional para patrulhar cidades americanas com a intenção declarada de controlar a violência e a criminalidade gerou alarme entre os democratas e críticas de juízes federais sobre o uso das Forças Armadas em território nacional.