Terça-feira, 28 de Outubro de 2025

Home Economia Economia do Brasil desacelera, e PIB sobe 0,1% no 3º trimestre

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A economia brasileira desacelerou no terceiro trimestre. Mas o consumo das famílias ajudou a manter o PIB positivo.

O resultado surpreendeu o mercado financeiro, que esperava um número pior. Depois de um primeiro semestre com índices bastante positivos, entramos no terceiro trimestre perdendo fôlego: 0,1% de crescimento na comparação com o período anterior. De qualquer forma, é o terceiro resultado positivo consecutivo.

Em um ranking de 63 países, ficamos em 28º lugar – atrás dos vizinhos Colômbia e Chile, e em melhor posição que a maioria dos países europeus.

O PIB é como uma fotografia, em alta resolução, de uma grande família – só que os integrantes dessa família são todos os bens e serviços produzidos pelo país em um determinado período. E para a gente entender o papel de cada um desses integrantes no resultado final, é preciso ampliar a fotografia ou usar uma lupa. E é exatamente isso que o IBGE faz.

Começamos com a agropecuária, a grande responsável pelo freio no terceiro trimestre. Depois de cinco trimestres com taxas positivas, o fim do período da supersafra de soja – que tem um peso muito grande – contribuiu para a retração de 3,3% do setor.

Outro integrante da família que atrapalhou: investimentos. Menos 2,5%, a quarta queda consecutiva. Má notícia, porque isso mostra que as empresas estão investindo cada vez menos em máquinas e equipamentos para produzir mais.

“Colher ganhos de produtividade sem fazer investimentos é uma impossibilidade de ordem prática. Não é possível. Eu diria que isso reflete um pouco o ambiente de incerteza que a gente vive, incerteza não só doméstica, mas também em âmbito internacional. Mas, de qualquer modo, é algo que traz uma preocupação sem dúvida alguma”, diz José Júlio Senna, chefe do Centro de Estudos Monetários do FGV Ibre.

As importações também caíram.

Agora vamos para os resultados positivos: exportações; consumo do governo; indústria; e serviços, que correspondem por quase 70% do PIB. Houve uma desaceleração em relação ao trimestre passado, mas o índice positivo demostra resistência.

É o terceiro resultado positivo seguido. Dentro desse setor, os transportes – que vinham crescendo há oito trimestres – recuaram. A atividade sofre muita influência do agronegócio, mas também houve redução no transporte de passageiros.

Por outro lado, o aumento do número de domicílios no país deu uma força importante para os serviços. Em uma imobiliária, no Rio, os negócios avançaram.

“A gente teve um salto líquido de 12 pessoas a mais na nossa equipe este ano e a gente já está com duas novas vagas em aberto para 2024”, conta Vitor Tuli, diretor de Novos Negócios do Grupo Nacional.

O consumo das famílias segue positivo há nove trimestres. Segundo o IBGE, resultado dos programas de transferência de renda, melhora no mercado de trabalho e inflação mais baixa. Mas muitas famílias seguem sofrendo com o endividamento.

“Isso ajuda a frear o consumo. O resultado seria um pouco melhor se não fosse esse endividamento”, afirma José Júlio Senna.

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