Quinta-feira, 25 de Setembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 21 de setembro de 2025
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se manifestou sobre as declarações do também parlamentar Paulinho da Força (Solidariedade-SP), recém definido como relator do PL (Projeto de Lei) da Anistia na Câmara.
Nas redes sociais, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) escreveu que a anistia ampla, geral e irrestrita não está sob negociação, afirmando que o acordo que ele propõe é “acordo indecoroso e infame”, e pediu para que ele tenha cuidado para não acabar sendo visto como um “colaborador do regime de exceção” do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Moraes, que relata no Supremo o processo da trama golpista envolvendo o pai de Eduardo, ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi sancionado pelos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky em julho deste ano.
“Deputado Paulinho da Força, vou retribuir o conselho que me deu, sobre colocar a mão na consciência. Entenda de uma vez por todas: eu não abri mão da minha vida no Brasil e arrisquei tudo para trazer justiça e liberdade para meu povo em troca de algum acordo indecoroso e infame como o que está propondo”, escreveu Eduardo.
Como mostrou a CNN, Paulinho, que irá relatar uma versão considerada mais “light” do projeto que visa perdoar os condenados pelos atos de 8 de janeiro, sinalizou que deve optar por um relatório que reduza penas em vez de conceder uma anistia ampla e irrestrita.
“Um conselho de amigo, muito cuidado para você não acabar sendo visto como um colaborador do regime de exceção. Alguém que foi posto pelo [Alexandre de] Moraes para enterrar a anistia ampla, geral e irrestrita. Pois, assim como está expresso na lei, TODO colaborador de um sancionado por violações de direitos humanos é passível das mesmas sanções”, complementou o parlamentar.
O ministro Alexandre de Moraes foi sancionado pelos Estados Unidos após articulação do filho de Bolsonaro. Alvo da Lei Magnitsky, Moraes é acusado pelo governo de Donald Trump de “violar direitos humanos”. Os EUA também taxaram em 50% os produtos brasileiros e retiraram os vistos de autoridades. Em uma carta, Trump apontou que a decisão foi motivada pelo julgamento do ex-presidente pela suposta tentativa de golpe de Estado e por decisões de Moraes contra big techs.
“Entenda de uma vez por todas: eu não abri mão da minha vida no Brasil e arrisquei tudo para trazer justiça e liberdade para meu povo em troca de algum acordo indecoroso e infame como o que está propondo”, afirmou Eduardo ao dar “um conselho” ao relator da anistia.
Críticas a Aécio
Eduardo acusou Aécio de já ter “sido beneficiado pelo regime” e afirmou que Temer “não cumpriu sua palavra” que teria sido acertada para que Bolsonaro assinasse a Carta à Nação em meio à crise institucional em 2021. “Vocês lembram da cartinha do Temer depois do 7 de Setembro [de 2021] que o presidente Bolsonaro fez? Ficou circulando por aí como certo que houve um acordo intermediado pelo Temer em que os inquéritos iriam acabar. Por que eu vou confiar no Temer mais uma vez?”, disse.
Naquele ano, o emedebista intermediou o contato entre Bolsonaro e Moraes, após o então presidente dizer nos atos de 7 de Setembro que não cumpriria as decisões do magistrado. Depois da conversa, Bolsonaro publicou uma “Carta à Nação”, escrita por Temer, afirmando que as declarações “decorreram do calor do momento”.
Para o deputado do PL, a possibilidade de redução de penas negociada por Paulinho, Temer e Aécio representa “a manutenção de todos os crimes praticados por Alexandre de Moraes”. Eduardo é investigado por suposta obstrução de justiça por articular sanções contra autoridades brasileiras nos EUA. O ex-presidente foi incluído no processo e cumpre prisão domiciliar desde o início de agosto. Com informações da CNN e Gazeta do Povo