Sexta-feira, 03 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 17 de novembro de 2022
Elon Musk enviou um e-mail aos funcionários do Twitter no qual exige que se comprometam a permanecer trabalhando por muitas horas “com alta intensidade” durante o processo de transformação da empresa ou, do contrário, aceitem indenização. O bilionário, que comprou a rede social por US$ 44 bilhões e a assumiu no mês passado, deu um prazo até a noite desta quarta-feira (16) para que os empregados preencham um formulário ou aceitar uma indenização de três meses.
Em um depoimento à Justiça dos EUA nesta quarta-feira (16), Musk afirmou que o Twitter está tomando a maior parte do seu tempo. O bilionário, que também é o controlador da Tesla e da SpaceX, entre outros negócios, afirmou que não pretende liderar a rede social para sempre e, “ao longo do tempo, encontrar alguém para administrar a empresa”, informou o jornal americano The Wall Street Journal. Ele disse que a reorganização que promove termina na semana que vem.
“Para que o Twitter tenha êxito, teremos que trabalhar extremamente duro”, disse Musk no e-mail ao enviado aos funcionários ao qual a Bloomberg teve acesso. Musk disse que, no futuro, o Twitter será dominado por engenheiros, que serão a maioria dos funcionários restantes e terão maior influência na empresa, que ele definiu como uma “empresa de software e servidores” em essência.
As funções de design e gerenciamento de produtos “continuarão sendo muito importantes e se reportarão diretamente a mim”, afirmou no texto. O Twitter não quis comentar o assunto.
80 horas por semana sem comida de graça
Ele alertou os funcionários que podem esperar trabalhar 80 horas por semana e menos benefícios no escritório, como comida de graça. Ele também reforçou o fim da política de trabalho remoto da empresa com algumas exceções, para “apenas um desempenho excepcional”.
O comunicado é mais uma ação controversa tomada pelo novo controlador da plataforma, cuja gestão interna tem se mostrado caótica e errática. Em sua primeira semana no comando da empresa, Musk anunciou planos de demitir cerca de 3.700 pessoas. Os cortes, que incluíram a maior parte da alta administração do Twitter, provocaram raiva entre muitos dos funcionários remanescentes.
As mudanças de Musk também levaram à falta de comunicação interna e a preocupações com falhas de produtos ou serviços, de acordo com funcionários e ex-funcionários. Desde que Musk adquiriu a companhia por US$ 44 bilhões no mês passado, ele vem afirmando que o Twitter poderia ir à falência se não começasse a gerar mais receita.
Reorganização termina na semana que vem, promete Musk
Musk prestou depoimento na quarta-feira na corte de Delaware no âmbito da ação movida por acionistas da Tesla sobre um pagamento de US$ 55 bilhões que ele recebeu da empresa em meio a uma reorganização societária, em 2018.
Foi nesse depoimento em que ele admitiu que tem dedicado a maior parte do seu tempo “nas últimas semanas” à reorganização do Twitter em vez de suas outras companhias. No entanto, ele afirmou que “a reestruturação organizacional fundamental” que diz conduzir no Twitter “será concluída até o fim da próxima semana”.
No processo sobre o pagamento que recebeu da Tesla, os acionistas da montadora de carros elétricos argumentam que o pacote salarial foi manipulado com metas de desempenho fáceis e que deveria exigir que Musk trabalhasse em período integral na montadora.
Musk admitiu que, na época do acordo bilionário, ele dedicava 54% do seu tempo à Tela, 36% à SpaceX e 10% a outros negócios como Open AI, Boring e Neuralink. Ele considerou questionamentos sobre como se dividia entre as empresas uma “bobagem” porque está focado em uma série de ações que são boas para a “Humanidade”, seja fazendo motores elétricos ou planejar uma colônia em Marte.