Quarta-feira, 17 de Setembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 17 de setembro de 2025
Em almoço nessa terça-feira (16), em Brasília (DF), três dos principais nomes do Partido Liberal (PL) na Câmara dos Deputados criticaram duramente o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). O motivo, segundo eles, seria a estratégia de Motta para “enterrar” o projeto que concede anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a condenados pelos atos golpistas do 8 de Janeiro.
Participaram do encontro o vice-presidente da Câmara, Altineu Cortes (PL-RJ), o líder do partido, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), e o líder da oposição, Luciano Zucco (PL-RS).
Ameaça
Na conversa, o trio avaliou que a oposição poderia retirar os votos da PEC da Blindagem, se a articulação de Motta significar o abandono da anistia ampla.
A leitura foi de que o Centrão não teria votos suficientes para aprovar a proposta sem o apoio da direita.
Segundo relatos, Altineu chegou a sugerir que Sóstenes ligasse para Motta durante o almoço. O líder do PL, no entanto, disse que o presidente da Câmara estava “traindo o partido”.
PEC em pauta
A PEC da Blindagem, incluída por Motta na pauta de votações dessa terça-feira (16), foi aprovada em 1º turno durante a noite. A proposta prevê que ações penais contra deputados e senadores só possam ser abertas com aval prévio do Congresso – uma regra que vigorou entre 1988 e 2001 e blindou parlamentares em mais de 250 pedidos de investigação.
O texto em discussão também prevê que:
* a Câmara ou o Senado terão até 90 dias para decidir sobre a abertura da ação;
* se não houver decisão no prazo, a autorização será concedida automaticamente;
* a votação será secreta;
* presidentes de partidos nacionais terão foro privilegiado no STF.
Motta trocou o relator da PEC durante a manhã e escolheu o deputado Claudio Cajado (PP-BA), aliado do ex-presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL).
Articulação
Além da PEC da Blindagem, a Câmara também discute a proposta que concede anistia a condenados pelos atos de 8 de Janeiro.
Hugo Motta marcou para esta quarta-feira (17) uma nova reunião de líderes para tratar do pedido de urgência que acelera a tramitação do projeto.
O requerimento precisa do apoio de 257 deputados para ser aprovado em plenário. Parlamentares, porém, avaliam que a proposta pode ser derrotada, abrindo espaço para a negociação de um texto alternativo – como a redução das penas.