Segunda-feira, 02 de Dezembro de 2024

Home Brasil Em conversa com deputados, líderes dos caminhoneiros reafirmam que a greve da categoria está mantida para segunda-feira

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Durante reunião realizada nesta quinta-feira (28) na Câmara dos Deputados e por videoconferência, representantes de caminhoneiros reiteraram aos parlamentares que a greve marcada para a próxima segunda-feira, 1º de novembro, está mantida. A menos que o governo atenda às reivindicações da categoria.

“Apresentamos a agenda, questionamos a política de preços dos combustíveis da Petrobras, pedimos apoio aos deputados nas pautas e reforçamos a greve para o dia 1º. O recado foi dado”, relatou o presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), Plínio Dias, ao jornal “O Estado de São Paulo”.

No encontro, profissionais autônomos e com carteira assinada apresentaram suas demandas, principalmente no que se refere ao cumprimento do piso mínimo do frete rodoviário, aposentadoria especial a partir de 25 anos de trabalho e fim da política de preços da paridade de importação da Petrobras para combustíveis.

A reunião foi organizada pela Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas. Conforme o presidente do grupo, deputado federal Nereu Crispim (PSL-RS), participaram da reunião quatro parlamentares e mais de 80 líderes do movimento em vários Estados.

O clima de tensão e a falta de diálogo entre a categoria e o governo prejudica o cenário. Ainda conforme o parlamentar, as duas reuniões que estavam marcadas para acontecer entre o governo e as lideranças na tarde desta quinta-feira, 28, foram canceladas e não houve nenhum contato ou explicação da parte do governo até o momento.

“A manifestação da maioria foi de que ainda dá tempo do governo tentar estabelecer uma conversa, mas sem discursos que afrontem a categoria”, declarou o político gaúcho. Na reunião, ele pediu mais diálogo e entendimento do governo em relação às demandas da categoria.

Os caminhoneiros pedem mudanças na política de preços da Petrobras em decorrência das consecutivas altas no preço dos combustíveis. O diesel acumula alta de 65,3% no ano. Na segunda-feira, 25, a Petrobras realizou um novo ajuste nos preços, de 7% na gasolina e de 9% no diesel.

A mobilização comandada pela Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) vem convocando – por meio de mensagens no aplicativo WhatsApp – os motoristas a aderirem ao movimento.

Em entrevista à revista “Veja”, o presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava),  Wallace “Chorão” Landim, frisou que os trabalhadores do setor estão mobilizados para cruzar os braços. Ele é um dos líderes da greve de 2018.

Atrito com o governo federal

Os aumentos frequentes no preço dos combustíveis e o clima acirrado entre os caminhoneiros e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, aumentaram as chances de paralisação nesta segunda-feira.

Nesta semana, ele desagradou a categoria ao dizer que os profissionais do setor “precisam se reinventar e procurar empregos em empresas de transporte, em vez de continuarem como autônomos. Freitas também falou que os caminhoneiros precisam se organizar para “sobreviver”, sugerindo repasse dos reajustes do diesel para o frete.

“O ministro estabeleceu um clima de confronto com os caminhoneiros autônomos, inclusive, alguns se sentem traídos pelo governo”, lamenta o deputado federal Nereu Crispim. ““Os caminhoneiros estão mobilizados, muito mais que em 2018”, reforçou, em referência à paralisação que causou uma série de transtornos e desabastecimento há três anos.

Em um vídeo que circula entre a categoria, o ministro afirma que a chance como a greve de 2018 é zero. Na época, conforme Freitas, “houve adesão de empresas de transporte e que essa turma está fora agora”.

Em 2018 quando houve paralisação dos caminhoneiros, durante o governo de Michel Temer, o então deputado e candidato presidencial Jair Bolsonaro gravou um vídeo de apoio à paralisação. Mas a categoria reclama que, em dois anos e meio de governo, nenhuma de suas reivindicações foi atendida.

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