Sexta-feira, 29 de Março de 2024

Home Mundo Em crise com a Otan, Rússia cogita enviar tropas a Cuba e Venezuela

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As tensões entre Rússia e Estados Unidos voltaram a crescer nesta quinta-feira (13), após o governo de Moscou definir como um “fracasso” as negociações de segurança entre os países e avaliar que há um “desacordo contínuo” em questões fundamentais. O vice-chanceler Sergei Ryabkov disse, inclusive, que não está descartada a possibilidade do envio de tropas a Cuba e Venezuela, geograficamente próximos do território norte-americano.

Em entrevista à mídia russa, Ryabkov disse que “tudo depende dos americanos”, acrescentando que o presidente, Vladimir Putin, alertou que pode tomar medidas militares caso a expansão da Otan para o leste da Europa continue.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que as duas rodadas de discussões até o momento, em Genebra e Bruxelas, produziram algumas “nuances positivas”, mas que Moscou ainda busca por resultados concretos.

O foco das negociações, que foram transferidas para Viena nesta quinta, está centrado nas demandas russas de que a Ucrânia não entre para a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Em contrapartida, os americanos pedem que a Rússia acabe com a movimentação militar perto da fronteira com a Ucrânia.

Os desdobramentos recentes na região, que já conta com mais de 100 mil tropas em movimento, assustaram Kiev e seus aliados ocidentais, que temem uma eventual invasão. Em resposta, o governo russo diz que pode controlar suas forças militares dentro de seu território “da maneira que quiser” e que não tem planos de invadir a Ucrânia.

O país já luta atualmente contra separatistas no leste e teve a península da Crimeia, anexada pela própria Rússia em 2014. “Dificilmente é possível que a Otan nos dite para onde devemos mover nossas forças armadas no território russo”, disse o porta-voz.

Dentre as exigências feitas pelo Kremlin estão a promessa de que os ucranianos nunca se tornarão membros da Otan e a retirada de tropas de ex-repúblicas socialistas que aderiram à aliança após a Guerra Fria. Já os Estados Unidos descrevem os pedidos como “complexos”.

Em coletiva de imprensa, o porta-voz do Kremlin disse ainda que pode haver uma ruptura completa das relações entre Washington e Moscou caso os Estados Unidos vá adiante com a aplicação de sanções contra Putin e outros líderes civis e militares russos.

As medidas, previstas por senadores democratas, também teriam como alvo as principais instituições financeiras do país. Peskov criticou as propostas e as tratou como uma tentativa de aumentar a pressão sobre a Rússia durante as negociações, algo que não funcionaria.

Sinal de alerta

A crescente tensão entre as duas potências mundiais tem ligado o sinal de alerta no mundo. O ministro das Relações Exteriores da Polônia, que assumiu o cargo de presidente em exercício da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), mediadora das negociações, disse que o risco de conflito é o maior dos últimos trinta anos.

“Durante várias semanas, enfrentamos a possibilidade de uma grande escalada militar na Europa Oriental”, disse. “Devemos nos concentrar em uma resolução pacífica do conflito dentro e ao redor da Ucrânia”, completou, pedindo “pleno respeito à soberania e à integridade territorial dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas”.

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