Sexta-feira, 09 de Maio de 2025

Home em foco Em depoimento à Polícia Federal, ex-comandante do Exército e general citado pelo ex-ajudante de ordens do ex-presidente divergem sobre reunião com Bolsonaro

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O ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes e o general Estevam Theophilo divergiram em depoimentos à Polícia Federal (PF) a respeito de uma reunião convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para tratar da suposta trama golpista. De acordo com pessoas que acompanham as investigações, Freire Gomes disse aos investigadores que apenas autorizou a ida do oficial ao encontro.

Em oitiva anterior, Theophilo havia afirmado, segundo a jornalista Bela Megale, que recebera uma ordem do então comandante para comparecer ao Palácio da Alvorada após o chamado de Bolsonaro.

De acordo com a PF, Theophilo integra o “núcleo de oficiais de alta patente” que atuou a favor da tentativa de golpe. Na ocasião, ele estava à frente do Comando de Operações Terrestres (Coter).

“No dia 09.12.2022, ESTEVAM THEOPHILO se reuniu com o então Presidente JAIR BOLSONARO no Palácio do Alvorada e, de acordo com os diálogos encontrados no celular de MAURO CID, teria consentido com a adesão ao Golpe de Estado desde o que presidente assinasse a medida”, afirmou a PF em relatório.

De acordo com a investigação, ele seria o “responsável operacional pelo emprego da tropa caso a medida de intervenção se concretizasse”.

Freire Gomes teria relatado à PF que permitiu a ida de Theophilo ao Alvorada, visto que havia uma convocação por parte de Bolsonaro. No depoimento, o ex-comandante do Exército teria alegado que não havia como impedir a ida do subordinado. Desta forma, autorizou a presença de Theophilo e o orientou a tratar apenas de suas atribuições, segundo pessoas com acesso às investigações.

O aviso de que Bolsonaro estava requisitando a presença de Theophilo na reunião foi passado a Freire Gomes por Mauro Cid, segundo a PF.

Em depoimento que durou mais de sete horas na semana passada, Freire Gomes também disse que se opôs aos planos golpistas e, segundo a jornalista Míriam Leitão, afirmou que Bolsonaro apresentou a ele e aos outros comandantes das Forças duas versões da minuta golpista.

Freire foi chamado para depor em razão da troca de mensagens entre ele e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, citando a “minuta”. Nessas mensagens, Cid, afirmou ao general que Bolsonaro “mexeu” no decreto, “reduzindo” o texto. Após depoimento de Freire Gomes, Cid foi intimado pela PF para novos esclarecimentos nesta segunda-feira (11).

 

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