Quinta-feira, 18 de Dezembro de 2025

Home Rio Grande do Sul Em Novo Hamburgo, mãe que matou menina a facadas é condenada a 44 anos de prisão

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Júri popular realizado em Novo Hamburgo (Vale do Sinos) resultou na condenação de uma mulher a 44 anos de prisão em regime fechado, pela morte da filha a facadas. O crime foi cometido em 9 de agosto de 2024 no apartamento onde ambas viviam, no Centro da cidade. No laudo pericial consta que a vítima, de 7 anos, teve o óbito causado por hemorragia no tórax, devido a múltiplas perfurações.

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) atribuiu o ataque a um gesto de vingança por parte da mãe, de então 31 anos, contra o pai da criança, por acreditar que ele já mantinha um novo relacionamento. Na sentença foram considerados como agravantes do homicídio o motivo fútil, uso de meio cruel e que dificultou a defesa da vítima, além do fato de esta última ser menor de 14 anos e descendente da ré. Cabe recurso à Justiça.

Durante a manhã foram ouvidas duas testemunhas de acusação: um policial civil (por videoconferência) e o pai da vítima, que detalhou a convivência e vínculo afetivo com a menina, bem como o relacionamento com a ex-companheira, de quem havia se separado três anos antes. Também contou como recebeu a notícia do ato extremo.

A mãe da acusada, por sua vez, traçou um panorama familiar marcado por episódios de violência e abusos praticados contra a garota pelo padrasto. Também admitiu saber do envolvimento da mãe da criança em atividades de prostituição, por causa de dificuldades financeiras.

Depoimento da ré

No período da tarde foi realizado o interrogatório da ré, presa preventivamente desde a época do crime. Ela contou aspectos de sua trajetória desde a infância, passando pelo nascimento da filha, as dificuldades enfrentadas ao longo dos anos e o ingresso em uma faculdade de Pedagogia.

Acrescentou que o pai da criança não contribuía financeiramente para a criação da menina, embora oferecesse apoio emocional – mesmo assim, a filha demonstrava tristeza pela ausência dele. Depois mencionou despesas com tratamentos psicológicos e psiquiátricos, consultas e medicamentos, dentre outros problemas.

Por fim, alegou que a soma de todos esses fatores levaram a um quadro intenso de estresse e ansiedade, culminando no ataque brutal quando a menina dormia em sua cama. Questionada sobre o ato em si, disse não se lembrar de ter desferido as facadas. A tese defensiva de surto psicótico foi rejeitada pelas sete mulheres que integraram o Conselho de Sentença.

O promotor Robson Barreiro atuou no plenário do tribunal, em sessão presidida pelo juiz Flávio Curvello Martins de Souza, titular da 1ª Vara Criminal de Novo Hamburgo. Ao todo, foram mais de 13 horas de julgamento, das 9h até aproximadamente 22h30min.

(Marcello Campos)

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