Terça-feira, 07 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 7 de março de 2025
O ex-presidente Jair Bolsonaro fez comentários misóginos contra mulheres petistas durante conversa com apoiadores em Angra dos Reis (RJ) durante os festejos de Carnaval.
Em vídeo divulgado pelo seu filho, o vereador de Balneário Camboriú (SC) Jair Renan, o ex-presidente afirma que as apoiadoras do PT são “feias” e “incomíveis”.
“Você pode ver, não tem mulher bonita petista. Só tem feia. Às vezes acontece quando estou no aeroporto alguém me xinga. Mulher, né? Olho para dela: ‘Nossa, mãe. Incomível’”, afirmou.
O vídeo divulgado por Jair Renan é um chamado “corte” de uma fala mais longa, sem indicar o contexto. Editado, ele ressalta uma segunda vez a fala “incomível” e inclui, por meio de edição, o óculos conhecido como Thug Life, usado com frequência por Bolsonaro para destacar seus ataques a adversários.
A divulgação ocorre dias antes do Dia das Mulheres, comemorado neste sábado (8). Não é possível determinar o dia exato em que a fala ocorreu. No vídeo, Bolsonaro vestia a camisa do clube Nova Iguaçu, que utilizou na última segunda-feira (3) em encontros com apoiadores.
Bolsonaro tem em seu histórico diversas falas misóginas para desqualificar mulheres com quem teve embates. Disse que a deputada Maria do Rosário (PT) “não merece ser estuprada porque é muito feia”.
No ano passado, a Justiça do Distrito Federal verificou ter ocorrido a prescrição e arquivou definitivamente, na noite desta quarta-feira (10/4), o processo em que o ex-presidente era acusado de incitação ao crime de estupro por dizer que a deputada não merecia ser estuprada.
Bolsonaro disse em entrevista ao Jornal Zero Hora, em 2014: “ela não merece porque ela é muito ruim, porque ela é muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria. Eu não sou estuprador, mas, se fosse, não iria estuprar, porque não merece”.
O ex-presidente já foi condenado a indenizar a repórter Patrícia Campos Mello, da Folha, por dizer que ela queria “dar um furo a qualquer preço”.
Denúncia do golpe
Nessa quinta (6), a defesa de Jair Bolsonaro afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o julgamento da denúncia sobre suposta tentativa de golpe de Estado deve ser realizado no plenário da Corte, e não na Primeira Turma, como tramita atualmente.
Os advogados também reclamaram de restrições ao acesso a provas do inquérito e apontaram suposto cerceamento de defesa. Por fim, a defesa nega que o presidente tenha cometido qualquer irregularidade.
As alegações estão na defesa apresentada ao STF no caso da tentativa de golpe, em que Bolsonaro, militares e aliados foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Nesta atual etapa, o STF vai julgar se aceita ou não a denúncia oferecida pela PGR. Se for aceita, os denunciados passam a responder a um processo.
Para a defesa, a gravidade do caso e o fato de envolver autoridades como um ex-presidente da República justificam que o julgamento ocorra no plenário do STF, formado pelos 11 ministros, e não em uma das turmas da Corte, que são compostas por apenas cinco ministros cada.
Segundo os advogados, o plenário seria o “juiz natural” do caso.
“Parece ser inadmissível que um julgamento que envolve o ex-Presidente da República não ocorra no Tribunal Pleno. E não se diz isso apenas em função da envergadura do caso, do envolvimento de um ex-presidente e diversos ex-ministros de Estado. A necessidade deriva da Constituição Federal e do regimento interno da Corte”, afirma a defesa.
Os advogados de Bolsonaro afirmam que não tiveram acesso integral ao material obtido nas investigações da Polícia Federal. Segundo a defesa, foram liberados apenas trechos selecionados, sem o espelhamento completo dos celulares apreendidos, inclusive o do próprio Bolsonaro e de outros investigados.
Para a defesa, essa limitação prejudicou a análise das provas e impediu, por exemplo, a indicação de testemunhas ou a contestação de mensagens que constam no processo. Com informações dos portais de notícias Folhapress e g1.