Terça-feira, 05 de Agosto de 2025

Home Economia Embraer descarta demissões no Brasil e negocia tarifa zero nos Estados Unidos

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A Embraer, fabricante brasileira de aeronaves, descartou demissões no Brasil em 2025 e demonstrou otimismo em zerar a tarifa de 10% imposta pelos Estados Unidos sobre aviões e partes exportadas ao país. A declaração foi feita nesta terça-feira (5) pelo diretor-executivo da empresa, Francisco Gomes Neto, durante a apresentação dos resultados do segundo trimestre.

A companhia exporta metade de sua produção para os Estados Unidos e desde abril está sujeita à tarifa de 10% imposta pelo governo americano. Nas últimas semanas, havia o temor de que o percentual aumentasse para 50%, o que não se concretizou. No fim de julho, o governo dos EUA decidiu excluir do tarifaço os setores de aviação, incluindo aeronaves, motores e componentes.

Segundo a Embraer, a atual cobrança representa um custo de US$ 65 milhões (cerca de R$ 350 milhões) ao ano, sendo 20% já registrados no primeiro semestre e os 80% restantes esperados para o segundo. O valor incide sobre partes de aviões executivos vendidos à subsidiária da empresa nos EUA. Apesar disso, a empresa considera o impacto gerenciável e manteve suas projeções financeiras para o ano.

“A nossa prioridade é restaurar a tarifa zero. Já é um alívio ter saído da taxação de 50% para 10%, o que reduz o impacto para nossos clientes. Estamos entregando as aeronaves e, ao mesmo tempo, negociando intensamente para reverter totalmente a tarifa”, afirmou Francisco Neto, que garantiu que não há qualquer plano de demissões ou corte de produção neste momento.

Nos aviões comerciais vendidos diretamente para empresas americanas, o custo da tarifa é repassado aos compradores, o que encarece os produtos. Ainda assim, o executivo acredita que negociações semelhantes às firmadas com Reino Unido e União Europeia podem resultar no retorno da tarifa zero — vigente nas últimas quatro décadas. As tratativas ocorrem tanto via governo brasileiro quanto em conversas diretas com autoridades dos EUA.

Os Estados Unidos são o maior mercado de aviação do mundo e concentram 70% da demanda por jatos executivos e 45% das vendas de aeronaves comerciais da Embraer. A empresa emprega cerca de 3 mil pessoas em solo americano e, somando fornecedores locais, o número sobe para 13 mil. Há planos de investimento de US$ 500 milhões nos estados do Texas e da Flórida até 2030, com geração de 5,5 mil novos postos.

Caso o governo americano decida adotar o avião militar KC-390 da Embraer em sua frota, o investimento poderia dobrar, com mais US$ 500 milhões e criação de 2,5 mil vagas. Além disso, a empresa destaca a importância do modelo E175, com até 80 assentos, considerado estratégico para a aviação regional nos EUA. Neto afirmou que, com os investimentos projetados, os americanos devem obter saldo comercial positivo de US$ 8 bilhões até 2030.

No segundo trimestre de 2025, a Embraer entregou 61 aeronaves — 19 jatos comerciais, 38 executivos e quatro militares —, contra 47 no mesmo período do ano anterior. A companhia trabalha com previsão de entregar entre 77 e 85 aviões comerciais e de 145 a 155 jatos executivos até o fim do ano. A carteira de pedidos firmes da empresa atingiu US$ 29,7 bilhões, o maior valor já registrado.

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