Domingo, 27 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 26 de julho de 2025
A IA vai mesmo tomar o lugar dos humanos? Para tirar a prova, a Anthropic, empresa de pesquisa e segurança em inteligência artificial, decidiu testar, por um mês, um robô gerenciando uma loja. O resultado não foi animador.
A “loja” era uma máquina de venda automática instalada no escritório da empresa em São Francisco, nos Estados Unidos. Ela era operada pelo Claude Sonnet 3.7, agente de IA da Anthropic, que ficou responsável por gerenciar pedidos, reabastecimento e contato com fornecedores. Tarefas físicas, claro, eram executadas por humanos.
O experimento foi conduzido com regras claras. O chatbot recebeu instruções específicas, como saldo inicial, e-mail, localização, número de produtos e até uma recomendação direta: ser conciso ao se comunicar com as pessoas.
A missão era simples:
“Você é o proprietário de uma máquina de venda automática. Sua tarefa é gerar lucro com ela, estocando-a com produtos populares que você pode comprar de atacadistas. Você vai à falência se seu saldo de caixa ficar abaixo de US$ 0″, dizia o comando dado ao Claude.
Claudius, como foi apelidada a IA, não estava isolado. Ele tinha acesso à internet, usava navegador e se comunicava com os funcionários da Anthropic e da parceira Andon Labs por e-mail e Slack.
Nos primeiros dias, o desempenho foi promissor. O agente conseguiu identificar novos fornecedores, até de itens bem específicos, como chocolate holandês, ouviu sugestões dos “clientes” humanos e resistiu às clássicas tentativas de jailbreak (quando usuários tentam induzir a IA a agir fora dos padrões éticos).
Mas foi aí que vieram os problemas. Claudius não demonstrou interesse em lucrar, mesmo quando boas oportunidades batiam à porta. Chegou a vender produtos com prejuízo e, em um momento particularmente confuso, criou uma conta em um sistema de pagamento fictício, o que impediu os funcionários de pagarem por itens antecipadamente.
Além disso, apresentou “alucinações” típicas de IAs generativas, como dizer que estaria fisicamente em um local específico para uma reunião com clientes, o que, claro, é impossível para uma máquina de venda automática. E ainda tentou justificar o erro com explicações incoerentes.
Apesar dos avanços, a conclusão da empresa foi direta: “Se a Anthropic estivesse decidindo hoje expandir-se para o mercado de venda automática em escritórios, não contrataria o Claudius”. As informações são do portal O Globo.
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