Quarta-feira, 26 de Novembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 26 de novembro de 2025
O empresário Guilherme Paulus — um dos maiores nomes do turismo brasileiro — compartilhou essa semana, no Hotel Laghetto Moinhos os novos rumos que irão moldar o Turismo até 2030.
Ele abordou não apenas números ou tendências, mas a filosofia em si: o modo de ver e viver o turismo de experiência que transcende a oferta, o preço ou a inovação. Paulus defende que a verdadeira diferenciação das marcas vem de sua capacidade de gerar experiências emocionais autênticas.
“Emoção, memória e significado.” Esses são os três pilares repetidos com convicção pelo fundador da CVC, da WebJet, da GJP Hotels & Resorts e atual proprietário do Castelo Saint Andrews, em Gramado. Localizado no coração do Vale do Quilombo, o Saint Andrews é o primeiro hotel Relais & Châteaux de montanha do Brasil e um exemplo vivo daquilo que Paulus prega: uma hospitalidade artesanal, com atenção radical ao detalhe e experiências que fazem sentido — não apenas que impressionam.
Paulus não enxerga elegância como ostentação. “Não é sobre mostrar riqueza. É sentir. É perceber o ambiente com todos os sentidos — visão, audição, olfato, tato e paladar — e transformar essa percepção em prazer, acolhimento, memória duradoura”, pontuou. Segundo ele, as marcas mais marcantes do século XX e XXI não são as que gritam, mas as que tocam.
O empresário reforça ainda que o comportamento contemporâneo deixou para trás a ostentação explícita. Hoje, ele se conecta à intenção, à beleza silenciosa e à experiência sensorial genuína. Nesse novo cenário,encantar é mais do que agradar — é criar significado. Mais do que surpreender, o desafio é fazer sentido, e isso exige sensibilidade, contexto e autenticidade.
Ao trazer o case do Saint Andrews, Paulus reforçou que luxo, hoje, é sobre curadoria, escuta ativa e entrega personalizada. O hotel não oferece apenas suítes exclusivas com vista para o vale, mas também menus degustação assinados por chefs renomados, experiências de enoturismo com mais de 500 rótulos na adega, terapias de bem-estar, piqueniques ao pôr do sol e jantares privativos sob as estrelas. Tudo pensado para encantar pela emoção, não pela ostentação.
Ao trazer o case do Saint Andrews, Paulus reforça que luxo, hoje, é sobre curadoria, escuta ativa e entrega personalizada. O hotel não oferece apenas suítes exclusivas com vista para o vale, mas também menus degustação assinados por chefs renomados, experiências de enoturismo com mais de 500 rótulos na adega, terapias de bem-estar, piqueniques ao pôr do sol e jantares privativos sob as estrelas. Tudo pensado para encantar pela emoção, não pela ostentação.
A mensagem ressoa como uma provocação e incita a refletir : em tempos de hiperoferta e algoritmos, o que vai garantir a preferência do cliente não será o preço, nem o design, nem a tecnologia — mas a capacidade da marca de criar conexões reais.
Guilherme Paulus enfatiza a necessidade de maior investimento em experiências com identidade, sensorialidade e propósito. “As pessoas esquecem o que você vendeu, mas não esquecem como você as fez sentir.” No turismo, talvez mais do que em qualquer outro setor, o futuro pertence a quem souber emocionar com verdade.
Nesse cenário, o contato com o natural, o simples e o grandioso — como o céu limpo ou o som de uma cachoeira — ganha protagonismo. A natureza, segundo Paulus, é um convite à contemplação e à presença plena. Ao integrar o sensorial com o simbólico, o turismo de luxo do futuro será aquele capaz de reconectar o viajante com aquilo que é essencial.
Insights da Palestra
O mantra de Paulus : “o turismo nunca mais será o mesmo. Das jornadas sensoriais aos algoritmos inteligentes que ajudam a planejar viagens sob medida, o setor caminha para uma revolução silenciosa, mas profunda — onde a emoção, a memória e o significado superam o preço e a ostentação.
O futuro da hospitalidade está na capacidade de gerar experiências autênticas” . Ele pondera que encantamento, hoje, não é poder. É saber perceber o mundo ao redor, integrar sentidos e criar memórias duradouras.. A seguir, os destaques de sua apresentação:
As 8 tendências que vão moldar o turismo até 2030
1. Agentes de IA
Ferramentas de inteligência artificial deixarão de ser apoio pontual e se tornarão companheiras constantes do viajante: do planejamento à personalização da experiência, passando por traduções em tempo real, concierges digitais e sugestões hipercontextualizadas.
2. Multidestinos
Com a crescente digitalização e flexibilidade de voos e hospedagens, roteiros que incluem diferentes cidades — muitas vezes começando e terminando em aeroportos distintos — vão se popularizar, estimulando o turismo regional e internacional simultaneamente.
3. Bem-estar como motivação
O foco deixa de ser apenas “descansar” e passa a incluir a busca ativa por melhora da qualidade de vida. Retornos ao essencial, programas de descompressão emocional, sono restaurador e alimentação equilibrada ganham status de motivação primária para a viagem.
4. Feedbooking
As redes sociais se consolidam como vitrines de desejo e canais de reserva. O influenciador se torna também curador e vendedor. Plataformas como Instagram e TikTok são hoje, mais do que nunca, ferramentas de pesquisa e decisão.
5. Viagens virtuais
Realidade aumentada, experiências em 4D, concierges holográficos e simulações sensoriais mudarão o modo de apresentar um destino, oferecendo degustações imersivas que funcionam como “degustação” para o presencial.
6. Turismo fora da rota
O novo viajante quer fugir do óbvio. Cidades pequenas, comunidades remotas, regiões agrícolas ou com rica cultura ancestral tendem a se destacar. A exclusividade deixa de ser sinônimo de luxo apenas pelo valor — e passa a ser medida pelo acesso e intimidade com o destino.
7. Roteiros espirituais
Meditação, silêncio, genealogia, autoconhecimento e reconexão com o natural formam o alicerce de uma das tendências mais simbólicas do momento. Viajar para dentro — ainda que cruzando oceanos.
8. Fidelidade emocional
No lugar de programas de milhagens, entra em cena a personalização — feita por humanos ou IA. A fidelidade passa a ser emocional: quem entrega melhor experiência, conforto e relevância, conquista.
Uma visão além do mercado
Para Paulus, o verdadeiro valor está na capacidade de transformar experiências em significado. “Encantar é mais do que surpreender. É fazer sentido. E isso exige sensibilidade, contexto e autenticidade”, resume. Sua visão, embasada em décadas de atuação no turismo nacional e internacional, reforça o papel dos agentes de viagem como curadores da emoção — e não apenas vendedores de pacotes.
Fica uma provocação ficou no ar: no mundo onde tudo é comparável e digital, o toque humano será o verdadeiro motor de crescimento da indústria de hospitalidade premium.
O empresário Guilherme Paulus. (Foto: Divulgação)