Segunda-feira, 04 de Agosto de 2025

Home Economia Empresas brasileiras afetadas pelo tarifaço de Trump dão férias coletivas e preveem demissões

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Com a definição do início da cobrança de novas taxas a partir desta semana, pequenas e médias empresas já começaram a dar férias coletivas e, em alguns casos, a avaliar a demissão de seus funcionários.

Companhia do setor de madeira, a Sudati – fabricante de compensados e MDF – já anunciou que terá de cortar pelo menos 100 dos seus 2,8 mil empregados “para adequar a produção às incertezas relacionadas à imposição de significativo aumento de tarifas pelos EUA”. Os EUA são um dos principais mercados da companhia, que tem cinco fábricas. Destas, quatro no Paraná, nas cidades de Palmas, Ibaiti, Ventania e Telêmaco Borba, e uma em Santa Catarina, em Otacílio Costa. As demissões serão em Ventania e Telêmaco Borba.

Já a Millpar, que produz guarnições, molduras e acessórios para residências, itens voltados para exportação, especialmente para os EUA, está com 720 dos 1,1 mil trabalhadores em férias coletivas por 30 dias, desde 14 de julho. Esses trabalhadores estão alocados nas unidades de Guarapuava e Quedas do Iguaçu, ambos no Paraná, onde são produzidas molduras para exportação.

De acordo com a empresa, neste momento, a operação está parada, com exceção das áreas administrativas. “Estamos tomando decisões com base em dados concretos, visão de longo prazo e foco na sustentabilidade do negócio”, disse o CEO da Millpar, Ettore Giacomet Basile.

Para o ex-secretário de Comércio Exterior Welber Barral, há um problema na dependência de algumas empresas de um determinado mercado, o que se torna um problema em um momento como este. “Veja por exemplo o setor de porcelanato, que não tem sido muito falado. É um setor que basicamente vende para o mercado interno”, diz. “Também exporta bastante pra América Latina, e exporta apenas um pouco para os EUA. Mas quem exporta para lá agora será muito afetado.”

Será o caso da Incepa, fabricante de porcelanatos e revestimento cerâmicos em Campo Largo (PR). A empresa tem uma planta que depende 90% do mercado americano – ou seja, quase tudo que produz é vendido aos EUA desde os anos 1970.

A companhia tem 1,4 mil funcionários. As peças, usadas em revestimentos de pisos e paredes, são pequenas, e atraem o consumidor dos EUA, mas não entram com facilidade em outros países, onde a tendência são peças maiores.

Na semana passada, o presidente da empresa, Sergio Wuaden, foi informado do primeiro pedido suspenso por um cliente dos EUA. Os 13 contêineres que estavam prontos para embarcar no porto de Itapoá (SC) tiveram o processo de exportação cancelado e os produtos terão de voltar à fábrica.

A empresa calcula que 80% do que ela exporta hoje para os EUA não poderá ser mais vendido para o mesmo destino. “Estamos fazendo estudos para adaptar a fábrica, mas esse é um investimento de médio e longo prazo que não se faz em menos de seis meses a um ano”, diz Wuaden. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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