Segunda-feira, 25 de Agosto de 2025

Home Economia Empresas de apostas despejam mais de R$ 1 bilhão por ano em 18 clubes da Série A

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Ao fechar com a Betano e mais que dobrar o valor que recebe pelo patrocínio master anualmente, o Flamengo fez subir consideravelmente o montante pago pelas bets aos clubes do Campeonato Brasileiro. As empresas de apostas são as principais parceiras comerciais de 18 dos 20 times da Série A e despejam mais de R$ 1,1 bilhão nessas equipes.

Os R$ 268,5 milhões que serão pagos pela Betano anualmente ao Flamengo representam o maior patrocínio da história do País e reforçam que as equipes estão cada vez mais dependentes de dinheiro oriundo das plataformas de apostas.

O contrato com o time rubro-negro, que ganhava R$ 115 milhões da Pixbet, fez essa receita dos clubes superar R$ 1 bilhão por ano, considerando os aportes fixos, sem somar bônus desembolsados por cumprimento de metas, algo que existe na maioria dos contratos.

O Corinthians, com a Esportes da Sorte (R$ 103 milhões anuais), e o Palmeiras, com a Sportingbet (R$ 100 milhões), completam o top 3 do ranking brasileiro. No caso da equipe alviverde, existe a possibilidade de embolsar R$ 70 milhões adicionais em caso de cumprimento de metas, como títulos conquistados.

O São Paulo fatura R$ 78 milhões com sua patrocinadora em 2025 e ocupa o quarto posto no ranking. A Superbet se comprometeu a fazer reajustes progressivos até chegar a R$ 140 milhões em 2030, ano do centenário do clube.

Vasco (Betfair), AtléticoMG (H2Bet), Botafogo (VBet), Fluminense, Santos (7K), Grêmio e Inter (ambos Alfa.bet), fecham o top 10, no qual todos os principais acordos são com casas de aposta.

Bom negócio

“O retorno com o futebol, atrelado às ativações que são feitas durante a temporada, é extremamente positivo”, afirma Nickolas Ribeiro, sócio e fundador do Grupo Ana Gaming, que está presente em quatro clubes da Série A do Brasileirão – Santos, Mirassol e Vitória, com a 7K, e Cassino, com o Fortaleza.

“O futebol brasileiro se valorizou ainda mais nos últimos anos, e a exposição no Santos, Fortaleza, Vitória e Mirassol, com características distintas e torcidas apaixonadas, tornou o investimento ainda mais atrativo, fazendo com que o patrocínio, aliado às ativações, potencializem ainda mais a força das nossas marcas no cenário nacional e internacional.”

As bets só não estão no espaço nobre das camisas de Red Bull Bragantino e Mirassol, embora ambos tenham acordos com bets – 7K no Mirassol e Betfast no Bragantino.

O crescimento das bets foi vertiginoso no cenário pós-pandemia. As casas de apostas aproveitaram uma lacuna deixada pelos bancos, principalmente a Caixa Econômica Federal, que dominou o mercado de patrocínios a clubes de futebol na década de 2010. Bancos digitais tentaram suprir essa demanda, mas por pouco tempo.

Após a pandemia, as bets entraram no mercado brasileiro de forma intensa. Em 2024, apenas cinco times da Série A não eram patrocinados por empresas do ramo. As bets, então, começaram a se sobrepor aos bancos como principais apoiadores dos times nacionais.

Crescimento

De acordo com o estudo Mapa do Patrocínio, feito pelo Ibope Repucom, as companhias do setor financeiro lideraram a quantia, com 20 patrocínios, enquanto as bets estavam presentes em 18 clubes, com 15 empresas, na temporada passada do futebol nacional. Em relação às casas de apostas, houve um crescimento de 25% em comparação com 2023, quando 12 empresas do setor estavam nos uniformes.

O setor foi regulamentado depois que o Congresso aprovou no fim do ano passado a lei, sancionada em 29 de dezembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estabeleceu critérios sobre tributação e normas para a exploração comercial das apostas de cota fixa e definiu a distribuição da receita arrecadada e fixou sanções.

As regras deveriam começar a valer no fim do primeiro semestre deste ano, mas o prazo foi adiado e a regulamentação deve ser concluída apenas no ano que vem.

Para operar no País, as casas de apostas terão de cumprir uma série de exigências determinadas pelo Ministério da Fazenda, entre elas ter sede no Brasil e pagar uma outorga de até R$ 30 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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