Sexta-feira, 26 de Dezembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 25 de dezembro de 2025
O empréstimo de Endrick ao Lyon, da França, confirmado nesta semana, tem sido tratado pela imprensa espanhola como uma aposta de alto risco.
Segundo o jornal Marca, nenhum centroavante emprestado pelo Real Madrid nos últimos anos conseguiu voltar com espaço real no time principal, o que transforma o plano do jovem brasileiro, de 19 anos, em uma “missão impossível”.
Emprestado até 30 de junho, sem opção de compra, Endrick deixou o Real Madrid com o objetivo de ganhar minutos, se firmar na Europa e chegar à Copa do Mundo em condições de disputar protagonismo. Desde sua chegada ao clube espanhol, porém, teve poucas oportunidades. Primeiro sob Carlo Ancelotti e, mais recentemente, com Xabi Alonso, em um elenco ofensivamente dependente de Kylian Mbappé.
Nos últimos anos, atacantes como Álvaro Rodríguez, Latasa e Borja Mayoral foram emprestados com a promessa de retorno fortalecido, mas acabaram seguindo carreiras definitivas fora do Santiago Bernabéu. O padrão indica que o empréstimo costuma ser apenas uma etapa intermediária para a saída, não uma ponte de volta.
Casos emblemáticos reforçam essa dificuldade:
* Luka Jovic: contratado em 2019 por 63 milhões de euros após brilhar no Eintracht Frankfurt, marcou apenas dois gols pelo Real Madrid. Emprestado de volta ao clube alemão, não se recuperou e acabou vendido à Fiorentina.
* Mariano Díaz: após marcar 21 gols pelo Lyon, retornou ao Real Madrid em 2018 com status de artilheiro. Em cinco temporadas, disputou apenas 70 partidas e fez sete gols, tornando-se exemplo de reintegração malsucedida.
Outros nomes como Raúl de Tomás, Soldado e Portillo também não conseguiram se firmar após empréstimos, repetindo o ciclo de saída definitiva.
Nem mesmo jogadores de maior renome escaparam da dificuldade. Morientes, bicampeão da Champions pelo Real Madrid, foi emprestado ao Monaco após a chegada de Ronaldo e, ao retornar, teve papel secundário até ser vendido ao Liverpool. O brasileiro Júlio Baptista viveu situação semelhante após passagem pelo Arsenal.
O caso mais simbólico é o de Samuel Eto’o, que não recebeu oportunidades no Real Madrid, acumulou empréstimos e acabou vendido ao Mallorca. Depois, transferiu-se ao Barcelona, onde construiu uma carreira histórica, um erro considerado grave na avaliação do clube merengue.
Na história mais distante, há exceções pontuais. Sebastián Losada, emprestado ao Espanyol nos anos 1980, voltou ao Real Madrid e permaneceu três temporadas, ainda como opção secundária. O exemplo mais bem-sucedido é o de Grosso, emprestado ao Atlético de Madrid nos anos 1960, que retornou e se tornou o camisa 9 da era “Yé-yé”, acumulando títulos nacionais e europeus.