Quarta-feira, 17 de Abril de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 14 de outubro de 2021
Em meio aos impactos da pandemia de coronavírus, o nível de endividamento dos países saltou 14% e chegou ao recorde de US$ 226 trilhões em 2020, conforme relatório “Monitor Fiscal”, divulgado nesta semana pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). O montante inclui tanto débitos públicos quanto privados.
Não apenas o nível de endividamento é o maior da História, como o percentual de crescimento de um ano para o outro. Segundo a entidade, o avanço é “justificado” pela necessidade de elevação dos gastos para lidar com os efeitos socioeconômicos da pandemia.
O documento alerta, porém, que os governos terão de calibrar suas políticas, de acordo com o ritmo de vacinação e capacidade de recuperação de cada país.
A dívida pública global chegou a US$ 88 trilhões, quase 100% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, puxada principalmente pelo desempenho das contas públicas das economias mais avançadas e da China. Esse percentual tende a cair nos próximos anos e se estabilizar em 97% do PIB, diz o Fundo.
No Brasil, a dívida pública chegou a 98,9% da soma de tudo que foi produzido em 2020, bem acima da média dos países emergentes (64%). E permanecerá acima de 90% do PIB pelo menos até 2026, prevê o FMI.
O patamar de endividamento brasileiro está ainda acima da média da América Latina (78%) e de emergentes fora da região como China (66,3%), África do Sul (69,4%) e mesmo a Índia (89,6%).
Aspecto que também chama a atenção, o relatório salienta as desigualdades nas respostas à pandemia em termos de políticas públicas. Os programas de estímulo econômico anunciados pela União Europeia e Estados Unidos poderão adicionar US$ 4,6 tilhões ao PIB global entre 2021 e 2026, se plenamente implementados, diz.
Pobreza
Dentre os países menos desenvolvidos, altos juros e menor disponibilidade de recursos vem travando a capacidade desses governos para prover o apoio fiscal necessário a suas economias. Essa disparidade é um complicador para lidar com a realidade pós-pandemia: mais 75 milhões de pessoas devem passar a viver na pobreza até o fim de 2021 devido à covid.
Diante desse cenário, o FMI também alerta para o aumento do custo dos empréstimos e uma possível maior dificuldade para que os governos financiem seus programas de vacinação e de ajuda aos mais vulneráveis.
“Algumas economias de mercado começaram a elevar a taxa de juros para conter o avanço da inflação. Isso vai pressionar as condições de financiamento, com efeitos prejudiciais especialmente para os países fortemente endividados e com finanças frágeis”, diz o documento.
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