Quarta-feira, 21 de Maio de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 20 de maio de 2025
Após o primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial no Brasil, uma série de medidas vem sendo tomadas, para impedir a doença de se espalhar. A doença foi identificada no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. O Estado é o terceiro maior produtor e exportador de carne de frango brasileira.
O Brasil demorou 2 anos para ter esse registro. Em maio de 2023, aconteceu o primeiro em aves silvestres e, desde então, foi possível evitar que a doença chegasse aos animais de criação.
— Veja quais medidas são tomadas quando a doença é identificada em aves silvestres e aves comerciais.
Em caso de gripe aviária, o governo segue um protocolo de identificação e contenção do vírus, mediante atuação do Serviço Veterinário Oficial (SVO).
Quando a notificação de caso suspeito de gripe aviária acontece, um Médico Veterinário Oficial tem 12 horas para ir até a propriedade para iniciar a investigação.
Se for um caso identificado como “provável”, amostras são colhidas para análise laboratorial e tipificação da Influenza. Os resultados podem sair em 24 horas.
Quando o resultado é negativo, a investigação é encerrada. Já com o resultado positivo, as medidas a seguir são tomadas:
* Emergência Sanitária: quando o resultado laboratorial confirma um foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), o SVO declara o estado de Emergência Sanitária para a região da propriedade foco.
* Restrição de movimentação: fica proibida a entrada e saída de aves, suínos, animais domésticos, ovos, produtos, subprodutos, materiais, equipamentos ou qualquer insumo que possam espalhar o vírus.
* Controle de acesso: a entrada e saída de pessoas na propriedade foco acontecem mediante orientação do SVO.
* Eliminação de animais e produtos: os animais doentes e até mesmo os aparentemente saudáveis são eliminados para evitar a dispersão do vírus. Se o foco for em granja comercial, todas as aves no local são sacrificadas.
Foi o que aconteceu na granja de Montenegro, onde havia 17 mil aves. A maioria morreu da doença, mas as demais foram sacrificadas.
Além da morte dos animais, produtos e subprodutos, como ovos e embalagens, também são destruídos.
No caso da granja de Montenegro, que era de aves matrizes (que produzem para reprodução e não para o consumo), os ovos fertilizados que saíram da granja nos últimos dias estão sendo rastreados e destruídos para evitar contaminação.
Os ovos foram encaminhados para três incubatórios, sendo localizados no Rio Grande do Sul, Minas Gerais e no Paraná.
Os produtores que tiveram suas aves abatidas podem ser indenizados pelo governo, mediante avaliação.
* Descarte e tratamento de resíduos: resíduos da produção, como carcaças das aves, cama, esterco e demais subprodutos, são destruídos e tratados para garantir a eliminação do vírus e evitar novos focos.
* Limpeza e desinfecção: as instalações, estruturas, materiais, equipamentos e veículos usados na criação são limpos e desinfetados para garantir a eliminação do vírus.
* Ações no entorno da propriedade foco: para organizar as ações, são delimitadas 3 zonas ao redor do foco. São elas a zona perifocal (raio de 3 km), zona de vigilância (raio de 7 km a partir dos 3 km) e zona de proteção (raio de 15 km a partir dos 7 km).
No caso de Montenegro, barreiras sanitárias foram instaladas em um raio de 10 km do foco de contaminação. Elas funcionam 24 horas por dia como pontos de controle.
Todo carro que passa pelas barreiras é submetido a um processo de desinfecção completa no rodado e na estrutura do veículo com um desinfetante específico para eliminar o vírus. Isso acontece, por exemplo, com caminhões de carga viva, ração animal, ou coleta de leite.
As barreiras funcionarão por, no mínimo, sete dias, podendo o prazo ser estendido conforme o monitoramento.
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