Sexta-feira, 24 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 24 de outubro de 2025
Um indiciamento de 23 páginas revelou um esquema de manipulação de resultados envolvendo nomes ligados à NBA, a liga norte-americana de basquete e à NCAA, organização responsável pelos esportes universitários naquele país, escancarando como o acesso a informações privilegiadas pode ser explorado para lucrar com apostas esportivas.
No centro do escândalo está uma mensagem de texto enviada pelo ex-jogador Damon Jones, que trabalhava com LeBron James nos treinos pré-jogo dos Lakers.
Na mensagem, Jones orienta seus cúmplices:
“Faça uma grande aposta no Milwaukee hoje antes que a informação se espalhe! (Jogador 3) está fora hoje. Aposte o suficiente para o Djones poder comer também!”
O “Jogador 3” era LeBron James, que de fato não atuou naquela noite. Embora Jones não fizesse parte da comissão técnica dos Lakers, sua proximidade com James lhe dava acesso a informações valiosas, e confidenciais.
O caso é comparado ao insider trading do mercado financeiro, onde dados internos são usados para obter vantagem. Outro nome citado é o armador Terry Rozier, do Miami Heat, envolvido em apostas suspeitas. Dois dos indiciados no caso, Shane Hennen e Marves Fairley, têm histórico criminal pesado. Hennen já cumpriu pena por tráfico de drogas e agressão com arma branca. Fairley foi acusado de homicídio em 2018, mas recebeu pena suspensa por questões processuais.
A revelação do esquema veio apenas 24 horas após a NCAA anunciar uma mudança significativa: a partir de 1º de novembro, atletas universitários poderão apostar em esportes profissionais. A decisão gerou polêmica, especialmente pelo timing, já que a entidade também está envolvida em uma investigação sobre manipulação de resultados em jogos universitários.
Segundo a Sports Illustrated, 13 jogadores de basquete de seis instituições estão sendo investigados por apostarem a favor ou contra suas próprias equipes. Os alvos seriam universidades menores, com menos recursos para monitoramento e educação dos atletas.
A NCAA justificou a mudança alegando que o cenário esportivo mudou e que os atletas devem ter os mesmos direitos que seus colegas de campus. A entidade tem promovido workshops e parcerias para combater abusos e ameaças online, além de pressionar estados a restringirem apostas em jogos universitários.
Até agora, quatro Estados, Ohio, Vermont, Maryland e Louisiana, baniram as apostas esportivas, enquanto Nova Jersey e Carolina do Norte iniciaram processos legislativos para seguir o mesmo caminho.