Quinta-feira, 26 de Junho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 25 de junho de 2025
O lobista Antônio Carlos Camilo Antunes conecta duas investigações improváveis: o inquérito das fraudes contra aposentados do INSS e a apuração dos desvios no contrato do Corinthians com a empresa de apostas Vai de Bet.
O nome dele surgiu pela primeira vez na Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que se debruça sobre os abatimentos indevidos nos contracheques de aposentados e pensionistas por meio de sindicatos e associações. Foi apontado como o principal operador financeiro do esquema de fraudes.
Por isso, Antônio Carlos Camilo Antunes ficou conhecido como “Careca do INSS”. Mas, segundo a Polícia Civil de São Paulo, que investiga o contrato do Corinthians, Antunes pode ter atuado em outros “nichos”.
Duas empresas ligadas ao “Careca do INSS”, a ACCA Consultoria Empresarial Ltda e a Arpar Administração, Participação e Empreendimento S.A., apareceram em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) na investigação do caso Vai de Bet.
O relatório final do inquérito do caso Corinthians-Vai de Bet tem 272 páginas e é subscrito pelo delegado Tiago Fernando Correia, do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania – braço da Polícia Civil paulista que investiga crimes contra a administração, combate à corrupção e lavagem de dinheiro.
O documento indica movimentações financeiras da empresa Wave Intermediações de Negócios, que segundo a Polícia Civil lavou parte do dinheiro supostamente desviado do contrato do Corinthians com a Vai de Bet.
A Wave também teve o sigilo bancário quebrado. O resultado surpreendeu até mesmo os investigadores. O CNPJ transacionou com 2.905 pessoas físicas e jurídicas, entre elas as empresas do “Careca”.
Entre setembro de 2023 e fevereiro de 2024, a Arpar enviou R$ 1.058.500.00 à Wave, em cinco Pixs. Nesse mesmo período, a Arpar recebeu R$ 125 milhões em sua conta. Mais de R$ 7 milhões vieram da ACCA.
Para a Polícia Civil, tanto a Wave quanto as empresas do “Careca do INSS” são empresas de fachada criadas para operar como contas de passagem e, com isso, blindar os reais beneficiários de desvios e outros crimes. Nesses esquemas de lavagem, o dinheiro passa por uma série de contas antes de chegar ao destinatário final, o que dificulta o trabalho de órgãos de investigação e controle.
“É extremamente questionável a presença da WAVE nessas operações financeiras relatadas, principalmente pelo fato de que, como apontado anteriormente, tudo indica que ela ocupa posição central na lavagem de dinheiro do crime organizado”, diz a Civil. Com informações do portal de notícias Metrópoles.
No Ar: Pampa News