Quinta-feira, 16 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 15 de outubro de 2025
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) com maior interlocução política preferem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolha o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para ocupar a cadeira deixada por Luís Roberto Barroso. No entanto, o parlamentar não é unanimidade dentro da Corte. Outros ministros acreditam que o advogado-geral da União, Jorge Messias, seria uma opção mais adequada para a vaga.
A bancada no STF que apoia o nome de Pacheco na disputa inclui os principais interlocutores de Lula no tribunal: os ministros Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Flávio Dino e Cristiano Zanin. A ministra Cármen Lúcia, que mantém proximidade com o senador mineiro, também estaria entre os que simpatizam com sua eventual indicação.
Na última terça-feira (14), Lula recebeu, no Palácio da Alvorada, os ministros Gilmar Mendes, Flávio Dino e Cristiano Zanin, além do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que integrou o Supremo Tribunal Federal antes de assumir a pasta. Durante o encontro, os ministros se limitaram a dizer que desejam “um nome forte” para a vaga aberta por Barroso, sem, no entanto, sugerirem um nome específico. O presidente Lula afirmou que fará essa escolha, mas não revelou sua decisão nem consultou diretamente os presentes sobre preferências individuais.
Esse movimento sinaliza dois aspectos relevantes. O primeiro é que o presidente, em respeito ao Judiciário, está disposto a dialogar com ministros do STF sobre a sucessão de Barroso. O segundo é que, embora escute sugestões, Lula tomará a decisão com base em critérios próprios, conforme previsto na Constituição Federal, que estabelece que a escolha de ministros do Supremo é atribuição exclusiva do presidente da República, com posterior aprovação do Senado.
Apesar do apoio expressivo a Pacheco, nem todos os ministros da Corte compartilham dessa preferência. Jorge Messias, atual advogado-geral da União, é evangélico e, por isso, alguns setores esperam que ele tenha uma postura mais conservadora em julgamentos sobre temas de costumes, como o aborto. Isso o aproxima de uma ala mais conservadora do tribunal, integrada por ministros como André Mendonça, Kássio Nunes Marques e Luiz Fux.
Na mesma terça, o ministro Luís Roberto Barroso foi homenageado com uma festa de despedida, que reuniu autoridades e amigos. O evento ocorreu em Brasília e contou com a presença de ministros como Nunes Marques e Luiz Fux, além de integrantes do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo relatos de alguns convidados, a sucessão de Barroso não foi discutida formalmente durante a ocasião. As conversas, segundo eles, trataram apenas de “amenidades”. (Com informações de O Estado de S. Paulo)