Quinta-feira, 25 de Abril de 2024

Home em foco Escritório que contratou Sergio Moro teve 77% dos honorários bancados por empresas alvos da Operação Lava-Jato

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O escritório que contratou o ex-ministro e ex-juiz da Lava-Jato Sergio Moro, Alvarez & Marsal, recebeu cerca de R$ 65 milhões de honorários de empresas que foram alvos da operação, o equivalente a 77,6% dos seus recebimentos no Brasil.

Os dados foram informados pela empresa ao Tribunal de Contas da União (TCU), em um processo aberto para apurar possíveis irregularidades da atuação de Moro no escritório, pelo fato de ele ter sido juiz da Lava-Jato. A empresa, entretanto, afirmou ao TCU que Moro não atuava em processos envolvendo as empresas alvo da operação.

Esses pagamentos foram feitos pelas empresas Odebrecht, OAS, banco BVA, Galvão Engenharia e grupo Atvos (antiga Odebrecht Agroindustrial) ao contratarem o escritório para atuação em processos de recuperação judicial ou falência.

Procurado, o ex-ministro disse que seu contrato não era com a parte da empresa responsável por recuperações judiciais, que segundo ele tem outro CNPJ e fontes de receita diferentes. “Nunca prestei nenhum tipo de trabalho para empresas envolvidas na Lava-Jato. E isso foi deixado claro, a meu pedido, no contrato que assinei com a renomada consultoria norte-americana. Nos meses em que estive na empresa, trabalhei com compliance e investigação corporativa, ou seja, ajudando e orientando empresas a construir políticas para evitar e combater a corrupção”, destacou Moro, por meio de nota.

O ex-ministro também diz que “jamais trabalhou” para a Odebrecht ou prestou consultoria, direta ou sequer indiretamente, a empresas investigadas na Lava Jato. “A empresa de consultoria internacional, para a qual prestei serviço, foi nomeada por um juiz para atuar na recuperação judicial de créditos da Odebrecht, ou seja, para ajudar os credores a receberem dívidas. E eu jamais trabalhei nesse departamento da empresa”, completou o ex-juiz.

A Alvarez & Marsal, em petição apresentada ao TCU, afirmou que não existe conflito de interesse na contratação de Sergio Moro e que não houve irregularidades em sua atuação.

Ganhos de Sergio Moro

Ainda vai causar muita dor de cabeça a Sergio Moro a investigação aberta no TCU para apurar se houve conflito de interesses no contrato dele com a consultoria Alvarez & Marsal, que atuou como administradora da recuperação judicial do grupo Odebrecht.

O Ministério Público junto ao TCU estuda pedir um relatório de inteligência ao Coaf para saber quanto Moro recebeu durante o ano que trabalhou na A&M. Cogita também solicitar essa informação às autoridades americanas.

Ao contrário do que parece, o ministro do TCU Bruno Dantas, que abriu a investigação, não determinou à consultoria que entregasse esses dados.

Apenas pediu “a título de cooperação” que a Alvarez o fizesse. Mas o valor da remuneração recebida pelo juiz da Lava-Jato não consta do material já enviado. (Com informações do jornalista Lauro Jardim.)

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