Terça-feira, 18 de Novembro de 2025

Home Brasil Especialista em desbloqueio de celular levava 40 segundos para “resetar” aparelho roubado

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Depois da prisão de Allan Gonsalves, em maio deste ano, a Polícia Civil do Rio de Janeiro descobriu uma rede de criminosos que atuava para desbloquear celulares roubados destinados à revenda. Os investigadores identificaram dezenas de suspeitos que procuravam o serviço de Gonsalves em pelo menos dez Estados. Nesta semana, mais de 30 pessoas que buscaram o serviço dele foram presas.

Do Rio, o criminoso conseguia retirar restrições de IMEI e desbloqueava aparelhos que eram revendidos ilegalmente. Segundo a polícia, ele usava programas estrangeiros da Índia e de Bangladesh para realizar o processo. Em depoimento, ele disse que levava somente 40 segundos para fazer o procedimento em alguns aparelhos.

Durante a investigação, a polícia descobriu que ele conseguia retirar as restrições de IMEI da blacklist das operadoras. Ele usava programas para retirar a conta principal do celular apagando uma partição do sistema. Depois disso, o software do aparelho entendia que uma parte fundamental havia sido excluída e completava a eliminação de todos os dados do usuário, retornando o aparelho ao padrão de fábrica, que ficava pronto para revenda.

Uma outra técnica utilizada por ele para debloquear o aparelho roubado era usar programa para inserir no telefone o IMEI de um “celular morto” e, assim, liberar o aparelho para uso novamente. O serviço de debloqueio custava de R$ 60 a R$ 400, a depender da complexidade do aparelho.

Allan Gonsalves foi preso em maio deste ano, em São João de Meriti (RJ), na Baixada Fluminense. Além do serviço de desbloqueio, ele também oferecia cursos on-line pelo valor de R$ 300. Em depoimento, declarou que tinha um lucro de R$ 7 mil com o esquema criminoso.

“Os receptadores usam esse serviço porque o aparelho desbloqueado tem um valor muito maior. Com o aparelho desbloqueado, as quadrilhas revendem com muito mais facilidade”, explicou o delegado Victor Tutman.

Segundo o secretário de Polícia Civil do Rio, Felipe Curi, é importante que as pessoas que forem comprar aparelhos usados, verifiquem se o dispositivo tem alguma restrição por ter origem ilícita.

“Pelo aplicativo Celular Seguro é possível verificar se há alguma restrição no aparelho. Quando uma vítima vai à delegacia e faz o registro de ocorrência, esse dado automaticamente migra para o aplicativo. Então, quando você for comprar um celular em uma lojinha, em um outro ponto de venda de segunda mão, já poderá saber se há ou não alguma restrição para aquele aparelho. Também é importante que as pessoas desconfiem de celulares com valores muito abaixo dos praticados no mercado e exijam sempre a nota fiscal”, disse.

Em 2025, 19.780 celulares foram roubados no Estado do Rio, entre janeiro e setembro — o número é 26% maior que o do ano passado. Os furtos foram ainda mais numerosos: 34.456 casos registrados até setembro, 12% a mais do que no ano passado.

A partir da investigação que começou com Golsalves, a polícia deflagrou mais uma etapa da Operação Rastreio. Os agentes estiveram nas ruas para cumprir 132 mandados judiciais na última segunda (17) nos seguintes Estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Alagoas, Pernambuco, Maranhão, Piauí, Pará e Rondônia.

De acordo com o delegado, todos os alvos eram receptadores que atuavam na revenda desses aparelhos em grande escala. Eles não identificaram compradores que usaram o serviço para desbloquear aparelho para uso próprio.

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