Domingo, 02 de Novembro de 2025

Home Tecnologia Especialistas alertam sobre uso da internet por crianças

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Que a internet facilitou o acesso a informação, isso é inegável. Mas o avanço da tecnologia também trouxe novos desafios como, por exemplo, o gerenciamento desse uso por parte de crianças e adolescentes. Segundo dados de uma pesquisa realizada no ano passado pela empresa de cibersegurança NortonLifeLock, que ouviu cerca de mil pais, 42% permitem que seus filhos, menores de 18 anos, naveguem pela web sem nenhum tipo de monitoramento.

Ainda de acordo com o levantamento, 72% relatam que as crianças já foram expostos a situações perigosas enquanto utilizavam a internet sem acompanhamento. Tal porcentagem alerta para o risco que menores correm na web. Em março deste ano, uma menina de 12 anos foi levada para o Maranhão após marcar um encontro com um homem de 25 anos que conheceu através do TikTok. O caso ganhou repercussão nacional e alarmou os pais.

Para o perito em crimes digitais e CEO da Enetsec, Wanderson Castilho, entender a relação das crianças com as telas tornou-se um grande desafio, sobretudo porque a pandemia acelerou esse processo que aconteceria um pouco mais tarde. “Esses dois anos reforçaram a necessidade do uso da internet, observamos as escolas e os pais se adaptando ao digital. Mas é fundamental entender que o uso desenfreado e não monitorado pode oferecer riscos sérios para as crianças”, pontua o especialista.

Castilho também alerta que o fato das gerações mais jovens ser formada por nativos digitais não dispensa orientação sobre como utilizar a tecnologia. “Até mesmo a geração Z não possui as aptidões necessárias para usar a internet a seu favor, por exemplo, para obter informações confiáveis. Por isso, é necessária a atenção dos responsáveis”, ressalta.

O psicólogo Ruan Marinho também alerta sobre os perigos aos quais as crianças e adolescentes estão expostos ao usarem a internet sem limites.”Há riscos para a saúde mental, emocional, social e até mesmo biológica, considerando que a internet afeta diretamente a autoestima, tem grande influência na modulação da personalidade do indivíduo e o uso de tela pode causar problemas de visão, insônia, dentre outros. Até riscos quanto à exposição a pessoas má intencionadas, perversas e até criminosas”, pontua.

Apesar das ameaças, o profissional de saúde mental frisa que não há idade certa para que crianças passem a utilizar a internet.

Entretanto, ele aponta como uma possível saída a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) que diz que o uso de qualquer tipo de eletrônico só se inicie após os dois anos de idade. “A Sociedade Brasileira de Pediatria é bem precisa quanto às recomendações a respeito desses limites. Sendo assim, a recomendação é para que dos 2 aos 5 anos as crianças tenham acesso a no máximo uma hora diária. Dos 6 aos 10, cerca de duas horas diárias. E dos 11 aos 18 esse número subiria para entre três ou quatro horas por dia. Vale ressaltar a importância do uso ser interrompido sempre pelo menos uma hora antes de dormir, tendo em vista que a utilização de tela é um dos grandes responsáveis pela má qualidade do sono”, explica.

Marinho ressalta ainda que é preciso levar em consideração qual é a finalidade da internet na vida deste jovens. “Agora falando especificamente do uso da internet, o cenário muda de figura quando pensamos em qual tipo de uso é esse? Seria para assistir a vídeos, jogar games ou redes sociais? Pois para cada item desse existe uma especificidade diferente. Assistir a vídeos é uma interação passiva dessa criança com a internet, então lhe cabe a recomendação da SBP. Já para o uso de jogos é necessário observar muito bem o tipo de jogo, a idade mínima permitida e de preferência que estes sejam com fins educativos pelo menos até o fim da alfabetização. Por fim, o uso de redes sociais na imensa maioria das plataformas só é permitido após os 13 anos de idade. Sendo assim, essa também seria a recomendação”, explica.

Por fim, a diretora do Marista Escola Social Ir. Lourenço, Andreia Aparecida de Castro, recomenda o diálogo entre pais e filhos como a melhor opção para a prevenção de riscos e resolução de conflitos na web. “Manter uma rotina de acompanhamento dos acessos e de conversas, separar um tempo para ficar online e ver quais conteúdos eles mais gostam pode colaborar nessa percepção. Nesse tempo em conjunto, você pode ir percebendo e anotando quais canais podem não ser tão seguros”, conclui.

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