Segunda-feira, 09 de Setembro de 2024

Home em foco Estados Unidos têm alertado Rússia em segredo sobre as consequências de usar armas nucleares

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Os Estados Unidos comunicaram privadamente à Rússia nos últimos meses que haverá consequências caso Moscou opte por usar armas nucleares na Ucrânia, de acordo com informações de autoridades americanas.

Não ficou imediatamente claro como ou quando os avisos foram enviados. O Departamento de Estado estava envolvido, segundo um funcionário da pasta.

O governo Biden também se apoiou fortemente nos canais de inteligência para enviar mensagens sensíveis à Rússia durante todo o processo da guerra, incluindo envios recentes durante as negociações a cerca de americanos detidos injustamente.

As advertências, relatadas pela primeira vez pelo “The Washington Post”, ocorreram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou recorrer a armas nucleares em meio a uma série de perdas embaraçosas no campo de batalha.

Em um discurso na quarta-feira (21), ele alertou que “no caso de uma ameaça à integridade territorial de nosso país e para defender a Rússia e nosso povo, certamente faremos uso de todos os sistemas de armas disponíveis para nós. Isso não é um blefe.”

Autoridades dos EUA enfatizaram que esta não é a primeira vez que Putin ameaça recorrer a um ataque nuclear desde o início da invasão da Ucrânia em fevereiro, embora alguns analistas tenham visto essa ameaça como mais específica e uma escalada no discurso do presidente russo em relação a retóricas anteriores.
Os EUA também tentaram impedir a Rússia de usar uma arma nuclear em advertências públicas no passado e fizeram da questão um dos temas da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) esta semana em Nova York.

O secretário de Estado, Antony Blinken, afirmou que as “ameaças nucleares imprudentes da Rússia devem parar imediatamente”.

O presidente dos EUA, Joe Biden, que apareceu no programa “60 Minutes” da “CBS” na semana passada, disse que sua mensagem para Putin caso ele estivesse considerando o uso de armas nucleares era: “Não. Não. Não. Não”.

A reação dos EUA “teria consequências”, mas dependeria “da extensão do que eles fizerem”, apontou Biden, sem fornecer mais detalhes.

Por enquanto, altos funcionários da CIA informaram publicamente que não viram sinais de que a Rússia esteja se preparando para usar armas nucleares.

Mas alguns analistas militares estão preocupados que a Rússia possa tentar usar a chamada arma nuclear tática ou de campo de batalha em resposta ao seu fraco desempenho na Ucrânia — uma tática às vezes chamada de “escalar para diminuir”.

Autoridades de inteligência acreditam que Putin provavelmente só recorreria a essa opção se sentisse que a Rússia ou seu regime estavam existencialmente ameaçados, e não está claro se ele sentiria que perder sua guerra na Ucrânia se encaixaria nessa descrição.

Reação internacional

As ameaças nucleares feitas por Putin repercutiram fortemente entre os países da Europa e dos Estados Unidos. Até o papa Francisco se pronunciou sobre as falas do presidente russo.

“É uma loucura pensar em usar armas nucleares neste momento”, declarou o pontífice durante sua audiência semanal no Vaticano.

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, chamou as palavras de Putin de “retórica perigosa e imprudente”.

“Vamos garantir que não haja mal-entendidos em Moscou sobre exatamente como vamos reagir. Claro que depende do tipo de situação ou de que tipo ou armas eles podem usar. O mais importante é evitar que isso aconteça, e é por isso que estamos sendo muito claros em nossas comunicações com a Rússia sobre as consequências sem precedentes desse ataque”, declarou Stoltenberg.

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