Sexta-feira, 17 de Maio de 2024

Home em foco Estou com sintomas de varíola do macaco, o que devo fazer? Tire esta e outras dúvidas

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O Brasil já confirmou quase dois mil casos da varíola do macaco. Quando os casos confirmados de coronavírus chegaram ao mesmo patamar de contaminados, no começo de 2020, o número de vítimas passava de 30.

Nos primeiros dias, os sintomas mais comuns da infecção são febre, dor de cabeça, inchaço dos gânglios linfáticos (popularmente conhecido como íngua), cansaço intenso, dores musculares e nas costas. As lesões na pele costumam aparecer entre o primeiro e o quinto dia após a febre e, no surto atual, podem se concentrar na região genital e/ou perianal.

“[A varíola do macaco tem uma] forma clínica diferente de se manifestar em cada pessoa, algumas têm lesão só na região genital, outras podem ter no couro cabeludo, em outra parte do corpo, não é algo uniforme”, explica o infectologista José Ângelo Lindoso, coordenador do Grupo de Doenças Negligenciadas do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo.

Quando testar?

O exame para diagnóstico da varíola do macaco é o PCR – a mesma técnica usada para a covid – e só pode ser feito após o aparecimento das lesões, segundo o infectologista. Antes disso, o paciente é classificado como um caso suspeito ou provável da doença, segundo as definições do Ministério da Saúde. “No momento, ainda não tem nenhum outro método de diagnóstico disponível, como colher o exame de sangue”, afirma Lindoso.

Tratamento

Não há um tratamento específico para a doença, conforme explica o infectologista. Para tratar os sintomas, o paciente recebe medicação, como um antitérmico para reduzir a febre ou analgésico para as dores. Também não há nenhum medicamento disponível para tratar ou reduzir as lesões na pele.

Transmissão

O infectologista afirma que ainda não se sabe por quanto tempo o monkeypox pode ser transmitido mesmo após o desaparecimento das lesões, meio por onde a contaminação ocorre de forma mais eficaz. “O que temos de recomendação é que enquanto as lesões não estiverem revitalizadas ainda há risco de transmissão, e a pessoa tem que ficar em isolamento”, afirma Lindoso.

Grupo de risco

As pessoas mais vulneráveis a complicações pela infecção causada pelo vírus monkeypox são crianças, gestantes e imunocomprometidos. Para o restante da população, a doença não apresenta alto grau de complexidade, com exceção dos quadros em que há um grande número de lesões na pele, o que pode levar a infecções secundárias, assim como lesões de mucosas anais e na uretra. No Brasil, a primeira morte por varíola do macaco registrada foi de um homem imunocomprometido.

Recomendações

Confira as recomendações do Instituto de Infectologia Emílio Ribas que servem para casos confirmados e suspeitos e que vão ao encontro das orientações do Ministério da Saúde. Veja a seguir:

– Usar máscara cirúrgica perto de outras pessoas e se houver sintomas respiratórios como tosse, falta de ar e dor na garganta;
– Evitar contato com animais, inclusive animais de estimação;
– Cobrir as feridas da pele com uso de mangas longas ou calças compridas para minimizar o risco de contato com outras pessoas;
– Permanecer em área separada dos demais moradores da residência, inclusive durante as refeições, e manter as janelas abertas;
– Lavar a escova de dentes após o uso com água e detergente neutro, secá-la e guardá-la separadamente;
– Higienizar as áreas próximas (superfícies) e o ambiente diariamente com água e sabão/detergente, álcool 70% ou hipoclorito de sódio 0,1% a 0,5%;
– Higienizar o banheiro após cada uso;
– As roupas devem ser separadas com cuidado para não haver contato direto com o material contaminado. Não sacudi-las, para evitar dispersar partículas infecciosas;
– Pratos e outros talheres não podem ser compartilhados e deverão ser devidamente lavados com água e sabão;
– O isolamento deve ser mantido até que todas as feridas tenham formado crosta e se desprendido naturalmente, por um período de cerca de 3 a 4 semanas;
– Não manter relação sexual durante o isolamento e utilizar preservativo durante 3 meses após o diagnóstico.

 

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