Domingo, 29 de Junho de 2025

Home Brasil Estudantes devem buscar alternativa aos Estados Unidos, diz presidente da Capes

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A presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Denise Pires de Carvalho, disse que os pesquisadores brasileiros com viagem marcada para os Estados Unidos devem ter um plano B. “O que eu estou dizendo para as pessoas que me procuram, que têm bolsa aprovada, é: procurem outro país, porque é possível trocar de país antes de ir”, declarou Denise.

“Por enquanto, na Capes, a gente ainda não teve nenhum bolsista com visto negado, mas nós temos um grande número de estudantes indo pra lá agora em setembro. Então eu vou saber até agosto. Mas nem eles, nem a própria embaixada sabem dizer o que vai acontecer”, complementou a presidente da Capes.

Desde o início do governo de Donald Trump, a administração americana tem endurecido as regras para a concessão de vistos para estrangeiros que pretendem estudar ou participar de pesquisas em universidades americanas.

A medida mais recente foi a exigência para que todos mantenham as redes sociais abertas para análise das publicações. A administração Trump também chegou a proibir a Universidade Harvard de matricular estudantes estrangeiros.

A presidente da Capes falou sobre o assunto após palestra no Fórum de Academias de Ciências do Brics esta semana no Rio de Janeiro. Em sua, fala ela destacou a importância da cooperação científica com outros países.

Em 2024, foram mais de 700 projetos, envolvendo 61 países parceiros e que resultaram na ida de quase 9 mil pesquisadores brasileiros para outros locais e na vinda de cerca de 1,2 mil estrangeiros para o Brasil.

Desigualdade

Denise também apresentou dados sobre a pesquisa acadêmica no Brasil. Em 20 anos, a quantidade de cursos de mestrado e doutorado mais do que dobrou, saindo de quase 3 mil em 2004 para mais de 7 mil em 2023.

Com isso, programas de pós-graduação foram criados em diversos estados até então desassistidos, mas a desigualdade ainda persiste: dos 4.859 programas existentes atualmente, 1.987 estão no Sudeste e 991 no Sul.

Já os nove estados da Região Nordeste concentram 975 programas, enquanto o Centro-Oeste tem 407 e a Região Norte apenas 289.

A presidente da Capes defendeu que a diminuição das desigualdades regionais é essencial para que o Brasil consiga chegar ao patamar dos países desenvolvidos.

“O Brasil só vai conseguir ser um país de alta renda como um todo se ele caminhar como o Chile caminhou, por exemplo. Ter um percentual maior de pessoas com educação superior aptas a entrar no mestrado e no doutorado. E há uma relação direta entre desenvolvimento econômico e ciência e tecnologia”, disse Denise.

“A China melhorou muito seu Produto Interno Bruto porque investiu em ciência e tecnologia. A gente tem que associar a educação com a ciência para que a gente consiga dar esse salto no país”, afirmou.

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