Quinta-feira, 01 de Maio de 2025

Home Dicas de O Sul Evento na UFRGS debate o que se aprendeu com as enchentes que castigaram o Estado em 2024

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A meteorologista Caarem Studzinski, especialista em riscos climáticos e planejamento de resiliência, será uma das palestrantes do Summit in Climate Change, que ocorre nesta sexta (2) e neste sábado (3) no Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre.

Tendo como base a pauta “Mudanças Climáticas, Transição Energética Justa”, Caarem vai apresentar neste sábado, às 17h, uma pesquisa que aponta o oceano do Rio Grande do Sul como o lugar com o maior número de tempestades extremas do mundo.

O evento, que será realizado em memória das enchentes de 2024 no RS, reunirá líderes governamentais, empresariais e comunitários, além de especialistas e autoridades internacionais, com ênfase nos representantes do Sul Global.

Sobre o evento climático extremo do ano passado, Caarem manifesta preocupação ao questionar o que aprendemos desde então. A meteorologista afirma que estamos fazendo as mesmas coisas, sem investir efetivamente em soluções claras e assertivas. Ela destaca questões que ainda não receberam a devida atenção por parte do sistema. Uma delas é a ocupação dos solos próximos aos rios.

“As sociedades europeias, por exemplo, reflorestaram as margens e criaram cinturões verdes em volta das cidades”, afirmou a especialista ao destacar que Porto Alegre é uma capital que vive como a Europa no século XVIII.

Outro equívoco apontado por Caarem é a previsão. Para ela, o sistema da Defesa Civil em vigor hoje causa mais ansiedade na população do que possibilidade de tomada de decisão, pois as pessoas não sabem o que fazer. Para onde ir em caso de ventos fortes, quais as rotas de escape das cidades, existem abrigos para os moradores de rua em caso de um evento extremo, estamos preparados para fazer o trânsito fluir? Ela defende o uso de modelos que possam fazer previsões a médio e longo prazo, pois a tendência é termos cada vez mais calamidades climáticas.

Caarem afirma que a transição justa, tema de sua palestra, também é evitar desperdícios. “Nós desperdiçamos água no momento em que temos um grande manancial de água doce e estamos de costas para ele, como é o caso do lago Guaíba, não temos eficiência energética nem isolamento nas nossas casas”, observou a meteorologista ao alertar que os eventos extremos vão se concentrar.

Ela explicou que a atmosfera e o oceano já estão com temperaturas altas, o que leva à formação de nuvens mais profundas com mais cargas e maiores desastres como decorrência dos ventos fortes e chuvas intensas. “Este é o nosso novo mundo”, definiu Caarem.

O Summit in Climate Change está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) e busca promover um diálogo inclusivo que contemple a sociedade brasileira, especialmente a do Rio Grande do Sul, e o cenário global. Ao final, será elaborada a Carta de Porto Alegre, com recomendações baseadas na ciência de ponta para enfrentar desastres climáticos, com foco no Sul Global.

Meteorologista Caarem Studzinski. (Foto: Divulgação)

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