Terça-feira, 28 de Outubro de 2025

Home em foco Ex-ajudante de ordens, o coronel Mauro Cid movimentou mais de R$ 3 milhões de forma atípica

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O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão responsável pelo combate à lavagem de dinheiro, identificou movimentação “atípica” e “incompatível” nas contas bancárias do tenente-coronel Mauro Cid, que atuou como ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Os dados foram enviados à CPMI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga os atos extremistas de 8 de janeiro.

Desde o dia 3 de maio, Mauro Cid encontra-se preso preventivamente em um batalhão do Exército, após ser alvo de uma operação da PF que investiga possíveis fraudes no cartão de vacinação do ex-presidente Bolsonaro e de pessoas associadas a ele, além de ter sido identificado em conversas de teor golpista.

Detalhamento

O documento do Coaf revelou que foram encontrados nas contas de Cid indícios de “movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, atividade econômica ou a ocupação profissional e capacidade financeira do cliente”, além de “transferências unilaterais que, pela habitualidade e valor ou forma, não se justifiquem ou apresentem atipicidade.”

Durante a análise das transações financeiras de Cid, o Coaf registrou que o militar movimentou um montante de R$ 3,2 milhões ao longo de 7 meses, de 26 de junho de 2022 a 25 de janeiro de 2023.

Nesse período, foram identificadas operações de débitos no valor de R$ 1,4 milhão e créditos no valor de R$ 1,8 milhão. O tenente-coronel é militar da ativa e recebe uma remuneração mensal de R$ 26.239.

Dentre as operações identificadas pelo Coaf, uma das que mais chamou atenção foi o envio de remessas aos Estados Unidos no valor de R$ 367.374 em 12 de janeiro de 2023. Essa data coincidiu com a presença de Cid e Bolsonaro no país.

Os dois haviam deixado o Brasil no fim de 2022 e, portanto, não acompanharam a cerimônia de posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Considerando a movimentação elevada, o que poderia indicar tentativa de burla fiscal e/ou ocultação de patrimônio e demais atipicidades apontadas, comunicamos pela possibilidade de constituir-se indícios do crime de lavagem de dinheiro ou com ele relacionar-se”, diz trecho do relatório.

Envolvidos

Além disso, o Coaf também identificou 4 pessoas que estiveram envolvidas em transações com Mauro Cid. Entre elas, estão um “caixeiro viajante”, um “ourives”, um tio de sua esposa e o sargento Luis Marcos dos Reis. Este último era subordinado do ex-ajudante de ordens na Presidência e também está sob investigação da PF.

“Considerando a movimentação atípica sem justificativa e as citações desabonadoras na mídia tanto do analisado como do principal beneficiário, comunicamos pela possibilidade de constituir em vício do crime de lavagem de dinheiro ou com ela relacionar-se”, diz outro trecho do relatório sobre a movimentação financeira entre Cid e Reis.

Defesa

O advogado Bernardo Fenelon, responsável pela defesa de Cid, declarou que “todas as movimentações financeiras do tenente-coronel, incluindo as transferências internacionais, são legítimas e já foram devidamente esclarecidas perante a Polícia Federal”.

Fenelon também enfatizou que “todas as manifestações da defesa estão devidamente registradas nos autos do processo”.

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