Quinta-feira, 19 de Junho de 2025

Home Política Ex-diretor da Abin diz que indiciamento da Polícia Federal é “narrativa” e que sua gestão exigiu controle de software espião

Compartilhe esta notícia:

Indiciado no inquérito que apontou o uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionar adversários e disseminar informações falsas sobre o sistema eleitoral, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) afirmou que a Polícia Federal (PF) criou “narrativas”. O parlamentar, que era chefe da agência no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou que durante a sua gestão passou a exigir o controle do FirstMile, software espião cujo uso foi revelado pelo jornal O Globo.

“O início da tal ‘Abin paralela’ surgiu com um sistema first mile. Descobriram que foi minha gestão a exigir controle, apurar utilização, exonerar o diretor responsável e encaminhar à corregedoria, com farta documentação. A investigação da PF descambou. Revelou-se apenas criatividade endereçada à imprensa; vontade da Abin de não ter controle; uma PF desestruturando a inteligência de estado; e, ao final, rixa política interna contra a administração do Lula na Abin”, escreveu o deputado em sua rede social X (antigo Twitter).

Ramagem ressaltou que quando tiver acesso ao relatório final, vai analisar todos os pontos “de forma técnica e fundamentada, contra as narrativas criadas pela PF”.

Aliado de Bolsonaro, ele afirmou, ainda, que a polícia sequer ouviu o ex-presidente antes de concluir o inquérito. As investigações da PF mostraram que servidores da Abin utilizaram um programa secreto para monitorar desafetos durante o governo Bolsonaro. O inquérito apontou que a ferramenta permitiu que fossem exploradas falhas no sistema de telefonia do Brasil para identificar a localização dos celulares de alvos previamente selecionados.

A PF indiciou 36 pessoas. Bolsonaro, apesar de ser apontado como integrante do grupo criminoso em relatório da corporação, não foi formalmente indiciado por esse crime. Isso aconteceu, segundo investigadores, porque o ex-presidente já foi denunciado por organização criminosa no processo da trama golpista, do qual é réu, caso que tem conexão com o da “Abin paralela”.

Segundo a PF, o ex-presidente tinha conhecimento do esquema de espionagem e foi o principal beneficiário dele. Agora, caberá à Procuradoria-Geral da República (PGR) avaliar se é pertinente ele responder pelo mesmo crime em dois inquéritos diferentes.

Entre os indiciados estão nomes que integram a atual gestão da agência, como os delegados Luiz Fernando Corrêa, diretor-geral da Abin; o chefe de gabinete Luiz Carlos Nóbrega e o corregedor-geral José Fernando Chuy. Todos eles são delegados de carreira da Polícia Federal nomeados ao cargo no governo Lula. O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, também foi indiciado. (Com informações do jornal O Globo)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Política

Brasil desmente fornecimento de urânio ao Irã: “Fake news”
Ministros do Supremo, deputados, senadores, governador, jornalistas e servidores do Ibama e da Receita Federal estão na lista de pessoas monitoradas pela Abin
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play

No Ar: Pampa Na Madrugada