Quarta-feira, 26 de Novembro de 2025

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Yeda Crusius revisita sua trajetória, destaca políticas estruturantes e alerta para a necessidade de crescimento sustentável no RS.

A ex-governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Rorato Crusius, concedeu entrevista exclusiva em que revisitou momentos decisivos de sua carreira política e apontou caminhos para o futuro do Estado. Primeira mulher a ocupar o cargo de chefe do Executivo gaúcho, entre 2007 e 2011, Yeda relembrou os desafios enfrentados em sua gestão e reforçou a necessidade de políticas estruturantes capazes de garantir desenvolvimento sustentável.

Segundo ela, o chamado para disputar o governo surgiu em 2006, quando ainda exercia mandato como deputada federal. Lideranças políticas e sociais a procuraram preocupadas com a estagnação econômica e o êxodo populacional. “Naquele momento, percebi que o Rio Grande precisava de um projeto que olhasse para além das emergências do dia a dia. Era preciso pensar em como recuperar o crescimento e evitar que o Estado continuasse perdendo relevância nacional”, afirmou.

Entre os pontos centrais de sua administração, Yeda destacou a criação da Secretaria de Irrigação, entregue ao engenheiro Rogério Porto, como resposta às recorrentes estiagens que afetam o setor agrícola. A medida, segundo ela, buscava estruturar políticas de uso racional da água e fortalecer o agronegócio. “O Brasil só será rico se o agro estiver bem sustentado, com comércio, tecnologia e inovação. O agro não pode sofrer como volta a sofrer hoje”, disse.

A ex-governadora lembrou ainda que, durante sua gestão, indicadores sociais e econômicos apresentaram melhora. Para ela, o resultado foi fruto de uma política voltada para o equilíbrio das contas públicas e para a valorização de setores estratégicos. “Meu governo foi de resultados, não porque sou economista ou dona de casa, mas porque fiz política com P maiúsculo, como o Rio Grande gosta”, declarou.

Yeda também fez questão de relacionar os desafios de ontem com os dilemas atuais. “Não é possível que em 2006 tenhamos identificado problemas estruturais e, vinte anos depois, eles ainda estejam presentes. É preciso garantir crescimento sustentável que dê dignidade e desenvolvimento à população”, afirmou, destacando o papel de instituições como a Federação das Associações de Municípios e de lideranças políticas e econômicas que mantêm vivo o debate sobre o futuro do Estado.

Ao refletir sobre a política contemporânea, Yeda criticou o modelo atual, que segundo ela privilegia a lógica financeira em detrimento de projetos de longo prazo. Para a ex-governadora, partidos e lideranças precisam retomar a capacidade de planejar o futuro e enfrentar a crise institucional que afeta o país. “A política não pode ser apenas disputa de poder. Ela deve ser instrumento de transformação”, ressaltou.

Com trajetória marcada por cargos relevantes — foi ministra do Planejamento no governo Itamar Franco e deputada federal por vários mandatos — Yeda reafirmou que sua atuação sempre esteve ligada à busca por soluções estruturais. “O Rio Grande precisa de políticas que respeitem nossas raízes, mas que olhem para o futuro. Só assim teremos dignidade e desenvolvimento para nossa população”, concluiu.

Ao final da entrevista, Yeda reforçou sua disposição em continuar participando do debate público. Para ela, fé, cultura, inovação e agro devem ser pilares de um projeto de Estado capaz de enfrentar crises e construir prosperidade. “O Rio Grande tem vocação para liderar. Cabe a nós garantir que essa vocação se traduza em crescimento sustentável e em oportunidades para todos”, disse. (por Gisele Flores)

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