Quinta-feira, 03 de Julho de 2025

Home em foco Explosão em hospital: palestinos e israelenses fazem guerra de versões

Compartilhe esta notícia:

O dia seguinte à explosão que deixou mortos e feridos em um hospital em Gaza foi marcado por uma guerra de versões entre palestinos e o governo de Israel.

À luz do dia, foi possível ver a destruição no complexo do hospital. Carros queimados no estacionamento e, próximo a ele, alguns prédios com telhados atingidos. No entorno, cobertores e outros pertences deixados do lado de fora.

Um homem contou que estava no hospital quando, de repente, ouviu uma explosão: “O vidro se espatifou sobre nós”.

A explosão foi na noite de terça-feira (17). O Hospital batista Al-Ahli fica no norte da Faixa de Gaza e também tinha se tornado abrigo de centenas de pessoas que não conseguiram sair da região.

Nessa quarta (18), o ministro das Relações Exteriores da Autoridade Palestina, Riyad al-Maliki, acusou Israel de bombardear intencionalmente o hospital sob um pretexto de autodefesa.

Também nessa quarta, o porta-voz militar de Israel, Daniel Hagari, reafirmou que segundo as evidências colhidas pela Inteligência israelense, a explosão no hospital foi causada pela falha no lançamento de um foguete do grupo Jihad Islâmica.

Em entrevista coletiva, ele mostrou fotos de satélite e mapas. As imagens mostram o complexo do hospital e a área do estacionamento. No detalhe, dois grupos de carros que teriam sido atingidos. O porta-voz disse que a análise das imagens confirmam que o hospital não foi atingido diretamente.

“Não há dano estrutural no prédio, as paredes ficaram intactas e não há crateras. Isso mostra que não foi munição aérea que atingiu o estacionamento”, afirmou Daniel Hagari.

Ele afirmou ainda que Israel não lançou nenhum foguete que tenha acertado o hospital, mas que os radares israelenses registraram foguetes dos terroristas no momento da explosão e apresentou o áudio que, segundo ele, é de uma conversa entre integrantes do Hamas.

Na gravação, os terroristas confirmam que a explosão foi causada por um míssil da Jihad Islâmica e que o projétil foi disparado de um cemitério que fica no mesmo complexo do hospital.

Fontes da Inteligência americana disseram ao jornal “The New York Times” que dados indicam que o responsável foi o grupo palestino.

O governo americano afirmou que também fez uma investigação própria e que os dados disponíveis neste momento indicam que Israel não é responsável pela explosão no hospital. Até agora, nada foi capaz de encerrar a guerra de versões que começou nesta terça, logo depois da explosão.

O Hamas foi o primeiro a divulgar a informação sobre centenas de mortos em um hospital e responsabilizou Israel.

Também na terça, o observador palestino nas Nações Unidas, Riyad Mansour, chamou o primeiro-ministro israelense de mentiroso e acusou Israel de fabricar histórias.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, também acusou Israel de ter atingido o hospital com um ataque aéreo.

Nessa quarta, o porta-voz do Hamas, Osama Hamdan, disse que os Estados Unidos e todos os países ocidentais que apoiam Israel são totalmente responsáveis pelos horríveis massacres contra o povo em Gaza, incluindo o massacre no hospital que, segundo o Ministério da Saúde do Hamas em Gaza, matou 471 palestinos.

O grupo terrorista Jihad Islâmica voltou a negar que tenha cometido o ataque e disse que as tentativas de Israel em apontar dedos sobre a autoria são sem base e que o grupo não usa instalações públicas, especialmente hospitais, para fins militares.

Ainda na terça as Forças de Defesa de Israel publicaram nas redes sociais um vídeo originalmente exibido pela TV Al-Jazeera, que mostraria o instante da explosão no hospital.

A imagem mostra um ponto de luz. Segundo Israel, um foguete da Jihad Islâmica que perde altitude repentinamente. O foguete falha, cai e explode às 18h59, hora local. Ainda segundo as forças israelenses, foi no mesmo momento em que o hospital era atingido.

Na entrevista que acompanha o vídeo, um porta-voz das Forças de Defesa de Israel afirmou também que, pela forma como explodiu, o foguete não poderia fazer parte dos arsenais de Israel e reiterou que, no momento do ataque, não havia nenhuma operação militar israelense em curso com alvos naquela região.

O vídeo continua publicado nas redes da Defesa israelense, mas o governo do país despublicou um outro vídeo que havia divulgado como o momento da explosão do hospital.

A despublicação aconteceu depois que um repórter do “The New York Times” alertou para a diferença do horário do ataque ao hospital e a hora registrada nas imagens. O jornalista observou que o horário da explosão teria sido pelo menos 40 minutos antes do que estava no vídeo.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de em foco

Bolsonaro diz desconhecer conteúdo de delação premiada do coronel Mauro Cid e afirma só responder pelo que assinou
Neymar rompe ligamento do joelho esquerdo
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play

No Ar: Pampa Na Madrugada