Sábado, 14 de Dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 26 de outubro de 2021
Nesta terça-feira (26), o jornal The Washington Post, com base em documentos vazados do Facebook, informou que o algoritmo da rede social considerava reações com emojis até cinco vezes mais valiosas do que curtidas para ranquear publicações em feeds de notícias de 2017 a 2020. Além disso, pesquisadores da companhia confirmaram em 2019 que posts que incentivavam o uso da carinha de “raiva” contavam com uma probabilidade maior de ter desinformação, toxicidade e notícias de “baixa qualidade”.
Empregados dos “times de integridade” alertaram várias vezes para os potenciais riscos de elementos específicos do ranqueamento de conteúdos. A lógica seguida pela companhia era de que o emoji possui uma impressão emocional maior do que a curtida e que a “carinha” exige um clique a mais. Respostas, por exemplo, precisam de ainda mais “esforço” do usuário e contam com 30 vezes o valor de um like.
Em abril de 2019, um mecanismo para “prejudicar” posts com um número desproporcional de carinhas raivosas foi introduzido, mas não há detalhes sobre seu funcionamento. Diversas propostas aconteceram para diminuir o valor de emojis e até remover o “raivoso” para combater conteúdos que atacam normas democráticas — eles chegaram a ser o equivalente a quatro likes em 2018.
Dito isso, em 2020, uma pesquisa mostrou que os usuários não gostam de receber essa carinha de amigos ou pessoas aleatórias, então a pontuação foi cortada para 1,5 vez o valor de uma curtida. Em setembro do mesmo ano, outra mudança ocorreu e a reação não é mais levada em conta, sendo que o “Amei” e “Triste” agora são dois likes.
Um algoritmo universal
Segundo o Washington Post, o algoritmo leva em conta diversos fatores da plataforma, atribui valores para cada um e gera uma pontuação que será usada para organizar posts sempre que o feed de notícias é atualizado; o sistema é usado em todos os tipos de interações, países que usam o serviço e em mais de 100 línguas.
Conteúdos conseguem perder até metade de seus valores quando são considerados “ruins”. Porém, cientistas da instituição descobriram em 2019 que não havia limite para os pontos e certos materiais alcançavam bilhões, sendo que a média está na faixa das centenas; então, mesmo com a regulação, os materiais tóxicos continuavam no topo do feed.
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