Sábado, 20 de Abril de 2024

Home Brasil Familiares e amigos se despedem do jornalista britânico Dom Phillips em funeral no Rio de Janeiro

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Familiares e amigos se despediram do jornalista britânico Dom Phillips em um funeral realizado na manhã deste domingo (26), em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Ele e o indigenista brasileiro Bruno Pereira foram assassinados no Vale do Javari, no Amazonas.

A cerimônia foi realizada no cemitério Parque da Colina, onde também ocorreu a cremação dos restos mortais do jornalista. A viúva de Dom, Alessandra Sampaio, e a irmã do jornalista, Sian Phillips, leram pronunciamentos em português e inglês para a imprensa, destacando o amor do britânico pelo Brasil, seu compromisso com a conservação do meio ambiente e a necessidade de continuar a sua luta.

Alessandra agradeceu o apoio que recebeu dos povos indígenas, da imprensa, de amigos jornalistas e de todos que participaram das buscas e se solidarizaram com Dom, Bruno e suas famílias.

“Hoje, Dom será cremado no país que amava, seu lar escolhido, o Brasil”, disse. “Dom era uma pessoa muito especial, não apenas por defender aquilo que acreditava como profissional, mas também por ter um coração enorme e um grande amor pela humanidade”, prosseguiu.

A viúva afirmou que a família seguirá atenta a todos os desdobramentos das investigações, “exigindo Justiça no significado mais abrangente do termo”. “Renovamos nossa luta para que a nossa dor e a da família de Bruno Pereira não se repitam, como também das famílias de outros jornalistas e defensores do meio ambiente, que seguem em risco.”

Sian Phillips contou que Alessandra e o jornalista planejavam adotar duas crianças brasileiras e lembrou que Dom era apaixonado por futebol, música e paisagens naturais do Brasil.

“Ao lembramos Dom como um amável, divertido e legal irmão mais velho, ficamos tristes que foi negada a ele a chance de compartilhar essas qualidades, como pai, à próxima geração”, disse ela.

“Ele foi morto porque tentou dizer ao mundo o que estava acontecendo com a floresta e seus habitantes. Sua missão confrontou os interesses de indivíduos que estão determinados a explorar a Floresta Amazônica sem se preocupar com o impacto destrutivo de suas atividades ilegais”, prosseguiu a irmã de Dom.

Do lado de fora do cemitério, um grupo de manifestantes levou uma faixa que questionava: “Quem mandou matar Dom e Bruno?”. Segundo o inquérito da Polícia Federal, não há indícios de que haja mandantes dos assassinatos.

O jornalista e o indigenista foram vistos no Vale do Javari pela última vez no dia 5 de junho e, após buscas, os restos mortais foram encontrados no dia 15 em um local indicado pelo pescador Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como “Pelado”, que confessou participação no crime e está preso.

A Polícia Federal informou que Bruno foi morto com dois tiros na região abdominal e torácica e um na cabeça, enquanto Dom levou um tiro no abdômen.

Dom era colaborador do jornal britânico The Guardian e já havia produzido reportagens sobre o desmatamento na Floresta Amazônica. Bruno era servidor licenciado da Funai (Fundação Nacional do Índio) e atuava como colaborador da Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari).

O corpo de Bruno foi velado e cremado na última sexta-feira (24), em Paulista, na Região Metropolitana de Recife (PE).

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