Segunda-feira, 09 de Setembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 6 de abril de 2023
O brasileiro afirmou que conta com o apoio informal do atual dirigente da categoria, Stefano Domenicali, que foi seu chefe na Ferrari naquele ano. Massa revelou já ter conversado com o italiano e também com o inglês Bernie Ecclestone, pivô da nova polêmica sobre o fatídico GP de Cingapura de 2008, que acabou afetando diretamente o resultado do campeonato. O brasileiro era o favorito para ficar com o título, que acabou nas mãos de Lewis Hamilton.
O piloto voltou a pedir justiça. Ele disse que aceitaria se o troféu daquela temporada fosse dividido com o inglês e afirmou que aquele título, se tivesse sido confirmado, poderia ter causado um impacto positivo no automobilismo brasileiro. A F-1 não tem piloto na categoria.
A temporada 2008 da F-1 terminou com Hamilton à frente de Massa por apenas um ponto. O resultado do campeonato, contudo, tem sido contestado pelo brasileiro desde o início da semana por conta de uma declaração recente de Ecclestone, chefão da categoria naquela época.
O ex-dirigente admitiu no início de março, em entrevista a um site internacional, que considera Massa o campeão daquele ano porque Hamilton foi favorecido, sem intenção, por um dos casos mais rumorosos da história da F-1: a batida proposital de Nelsinho Piquet no GP de Cingapura, a 15ª de 18 etapas daquela temporada. O brasileiro havia acertado sua Renault no muro por ordem de Flavio Briatore, seu chefe, para beneficiar Fernando Alonso, o piloto número 1 da Renault naquele ano.
A estratégia deu certo e Alonso ficou com a vitória numa prova que era liderada por Massa. O brasileiro, pole position e favorito a vencer a corrida, foi prejudicado pela entrada do safety car na pista, por causa da batida intencional. Um ano depois, o caso foi revelado pelo pai de Nelsinho. A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) investigou e puniu os envolvidos. Mas não reviu o resultado da prova, que teve Hamilton em 3º e Massa em 13º, sem somar pontos.
A regra da F-1 era de que, uma vez que o campeão da temporada fosse oficializado, não haveria retorno. A polêmica é que Ecclestone admitiu em março deste ano que ficou sabendo sobre a batida intencional ainda em 2008, após aquele GP. Na prática, ele poderia ter mudado o resultado do campeonato sem infringir nenhuma regra.
“Foi muito duro ler que o ‘dono da Fórmula 1’ na época disse que, na opinião dele, o Hamilton não tem o mesmo número de títulos (7) do que o Schumacher porque, em 2008, a corrida de Cingapura foi roubada. Na opinião dele, aquele título deveria ter sido meu. E que tanto ele quanto o Max Mosley (então presidente da FIA) sabiam da situação ainda em 2008. E não fizeram nada para não arriscar o nome da F-1. Isso é muito grave. Quem dita as regras e quem comanda é a FIA. Como é que o presidente da FIA sabia e não falou nada? Junto com o dono da categoria. Isso é muito injusto”, desabafou Massa.
O brasileiro disse que está estudando em entrar com meios legais para recuperar o título. “Não tenho conhecimento legal de como será feito, mas estamos atrás. Estamos estudando para saber o que podemos fazer e para que a Justiça seja feita. Já temos advogado e estamos estudando aqui e fora do Brasil para entender qual é o caminho mais preciso e correto. Precisamos entender por que aconteceram situações graves como esta em outros esportes e a Justiça foi feita, como no futebol. Teve um ano que a Juventus (da Itália) caiu para a Série B e perdeu o título, tem o caso do Lance Armstrong (ciclismo) e vários casos nas Olimpíadas de cassação de medalhas. Por que teve Justiça em outros esportes e não pode ter na Fórmula 1? Por que não pode? O que é diferente na F-1?”
“É muito difícil saber o que pode acontecer. Mas eu acho que, se isso acontecesse, eu não poderia deixar de dizer que foi feito justiça. O importante é que seja feita a justiça”, finalizou.
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