Terça-feira, 07 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 11 de agosto de 2025
O corpo de Arlindo Cruz foi enterrado no início da tarde desse domingo (10), em uma cerimônia reservada à família e alguns amigos, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Filho do cantor, Arlindinho abriu o coração durante a despedida do pai, que morreu aos 66 anos na sexta-feira (8). Há 8 anos lutando contra as sequelas do AVC (Acidente Vascular Cerebral), o artista havia pedido uma despedida com cerveja e churrasco liberado para fãs e familiares.
Em conversa com a imprensa, o cantor falou sobre como lembrará do pai: “Legado de luta, de trabalho, de amor ao samba. Meu pai sempre foi muito guerreiro, trabalhador e família. É esse legado que ele deixa. Prefiro lembrar dele com os nossos trabalhos, nossos shows. Ainda assim, esse é um momento extremamente marcante, da passagem, da pausa de um sofrimento de oito anos”.
“É a despedida do jeito que ele pediu. Quadra cheia, cerveja liberada pro povo, churrasco. Por mais difícil que fosse fazer isso tudo, não podia não fazer o que ele pediu. Vamos comer, se divertir, lembrar dele com alegria e fazer essa alma encontrar luz o quanto antes porque ele merece”, completou o filho de Arlindo Cruz.
Além de Arlindinho, sua irmã, Flora Cruz, também desabafou durante a despedida do pai: “Ele tinha muito medo da morte. Ele queria viver, não à toa que ele durou 8 anos e meio fazendo muita força pra viver”.
“Deus foi muito generoso comigo nessa vida por ter vindo filha dele. Que presente. Além de filha, sou fã do cantor, compositor. É minha maior honra da vida. É honra quando falam que sou a cara dele. Além do musical, existe o legado familiar. A fé, enxergar as coisas com muito amor, ter honra, dignidade”, disse a influenciadora.
Despedida
Muito emocionados, a viúva Babi e o filho Arlindinho Cruz acompanharam a cerimônia, que também contou com a presença de outros nomes do samba, como Diogo Nogueira. O corpo do sambista saiu da quadra do Império Serrano, em Madureira, na Zona Norte do Rio, onde foi realizado o velório, com direito a um gurufim (homenagem na qual obras de um compositor são cantadas por parentes e amigos), que reuniu centenas de pessoas.
A despedida teve início na noite de sábado (9), seguiu durante a madrugada desse domingo (10) e foi encerrada às 10h. A cerimônia começou com o cântico “Alujá pra Xangô”, tocado nos atabaques por integrantes do centro de candomblé que o artista frequentava.
Fãs, amigos e familiares lotaram a verde e branca de Madureira desde o início da noite. O velório teve início às 18h, marcado por roda de música, bebida e dança. Antes mesmo da abertura ao público, enquanto a quadra ainda era preparada e coroas de flores chegavam – entre elas, as enviadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela primeira-dama Janja – admiradores já se aproximavam para prestar homenagem.