Terça-feira, 11 de Novembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 10 de novembro de 2025
O encerramento do suporte a atualizações do Windows 10, sistema operacional da Microsoft, preocupa não apenas milhões de usuários no país, mas também empresas que terão de lidar com brechas digitais e custos de atualização.
A principal insatisfação é a grande quantidade de computadores que não são compatíveis com o Windows 11. Somente na América Latina, cerca de 62,2 milhões de dispositivos não são aptos para receber o novo software, segundo levantamento da Intel — o que pode levar à troca compulsória de equipamentos.
No Brasil, o impacto também é significativo. A Simpress, empresa de locação de computadores corporativos, estima que existam 13 milhões de computadores em uso empresarial, a maioria equipada com o sistema da Microsoft.
“Para nós, o fim do suporte do Windows 10 é um marco tecnológico de grande impacto. Do ponto de vista da segurança, que é o mais crítico, não ter o sistema atualizado pode significar vazamento de informações confidenciais e comprometer a reputação da companhia”, afirma Georgia Rivellino, diretora de Marketing, Produtos e Soluções da Simpress.
A empresa já tem recebido aumento nas solicitações de troca por dispositivos compatíveis com o Windows 11. Com um parque tecnológico de 300 mil equipamentos, a Simpress espera crescer 30% em 2025 impulsionada pela renovação de sistemas operacionais.
Segurança e custos
Para usuários domésticos, manter o computador atualizado é importante para evitar falhas. No ambiente corporativo, porém, trata-se de uma questão de continuidade dos negócios. Sem suporte, novas vulnerabilidades do Windows 10 não serão corrigidas, deixando os computadores expostos a ataques.
A segurança de dados é o principal motivo que força a migração. Falhas no sistema podem ser exploradas por hackers para invadir redes corporativas, roubar informações sigilosas e instalar programas de monitoramento.
Segundo Alexandre Bonatti, vice-presidente de engenharia da Fortinet Brasil, empresas precisam incluir a atualização no orçamento. “Operar com um sistema desatualizado é um risco que pode acarretar perda de negócios e receita, caso o dispositivo seja invadido”, alerta.
A Microsoft afirma que computadores sem atualização podem ficar “mais vulneráveis a ameaças cibernéticas, como malware e vírus”, além de comprometer o bom funcionamento de aplicativos e a conformidade regulatória das empresas. O Windows 10 completou dez anos de atualizações, mesmo ciclo de seus antecessores Windows 8 e 7.
O Procon acompanha o caso, especialmente em relação à cobrança de US$ 30 pela extensão do suporte. Na Europa, a taxa foi suspensa para atender à regulação local. “Os preços e diferenças entre produtos devem ser explicados de forma clara ao consumidor”, informou o órgão.
Alternativas
De acordo com Bonatti, embora o ideal seja atualizar o sistema, empresas que não podem fazê-lo imediatamente devem investir em camadas extras de proteção, como o virtual patching — uma barreira de segurança que identifica ameaças antes que atinjam o sistema operacional.
“É urgente atualizar as máquinas, mas, quando isso não é possível, é essencial adotar tecnologias externas de segurança capazes de aplicar o conceito de virtual patching”, explica o especialista.
A migração, no entanto, pode ser adiada por questões financeiras. Um levantamento da Lansweeper, ferramenta de gerenciamento de TI, mostra que 43% dos computadores empresariais no mundo não atendem aos requisitos mínimos do Windows 11.
A Simpress observou baixa demanda por trocas no primeiro semestre, mas registrou aumento próximo ao fim do suporte. “Isso reflete tanto questões financeiras quanto a necessidade de rever todo o parque tecnológico. É o momento de repensar a estrutura de TI e não apenas substituir máquinas”, avalia Georgia Rivellino.
A Microsoft oferece o plano ESU (Extended Security Updates), que estende o suporte de segurança do Windows 10 até outubro de 2026. O pacote comercial custa US$ 61 por dispositivo ao ano, com opção de renovação por até três anos. Há ainda versões gratuitas e pagas para consumidores domésticos que desejam prolongar o uso do sistema.
(Com informações do O Estado de S.Paulo)