Terça-feira, 25 de Novembro de 2025

Home Política Foragido nos Estados Unidos, Ramagem foi diagnosticado com “ansiedade generalizada” dois dias antes de ser condenado

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Condenado a 16 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado, o deputado federal e ex-chefe da Abin, Alexandre Ramagem, foi diagnosticado com “ansiedade generalizada” na manhã de 9 de setembro, dois dias antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) anunciar a sua sentença.

O atestado médico em nome do deputado dá conta de que ele foi consultado por uma psiquiatra na manhã daquela terça-feira, entre 8h e 9h, apresentando quadro de “ansiedade generalizada”. O documento ainda aponta a necessidade de “afastamento por um período de 30 dias” a partir daquela data.

A Polícia Federal investiga se Ramagem teria fugido do Brasil de forma clandestina rumo aos Estados Unidos. A Câmara dos Deputados confirma que recebeu o atestado médico de Ramagem em 9 de setembro, mas afirma não ter sido informada de qualquer viagem para fora do País.

A condição clínica de Ramagem foi anexada por sua mulher, Rebeca Teixeira Ramagem, a um processo que ela move contra a TAP, empresa aérea portuguesa. Segundo Rebeca, ela e o marido tinham viagem marcada para Portugal, entre 18 e 28 de setembro, mas a condição médica do deputado teria impedido que a visita à Europa acontecesse.

Rebeca reclama que a empresa não autorizou o reembolso do valor pago pelas passagens (R$ 10.039,00). Ela pede compensação em dobro pelo suposto transtorno, além de indenização por danos morais de R$ 10 mil.

Moraes

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (25) que a Câmara dos Deputados deve ser comunicada da perda de mandato de Ramagem. A medida faz parte da condenação de Ramagem na ação penal da trama golpista. De acordo com Moraes, a cassação deverá ser declarada pela Mesa da Câmara.

Ramagem está nos Estados Unidos e sua prisão preventiva já havia sido decretada por Moraes. Agora, o ministro determinou o inicio do cumprimento da pena. Alexandre Ramagem foi condenado em razão de sua atuação no governo Bolsonaro como diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Para a maioria dos ministros da Primeira Turma do STF, ele utilizou o cargo para auxiliar os ataques de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas.

Além da prisão, Ramagem foi condenado a pagar 50 dias-multa, cada um no valor de um salário mínimo, e foi determinada a perda dos cargo de deputado federal e de delegado da Polícia Federal, possibilidade prevista no Código Penal.

Ramagem foi o único dos oitos réus a não ser condenado pelos cincos crimes imputados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Isso porque a Câmara dos Deputados determinou a suspensão da ação penal em relação aos crimes supostamente praticados depois da sua diplomação como deputado.

No caso concreto, ele não foi julgado por deterioração ao patrimônio tombado e dano qualificado, acusações referentes aos atos golpistas do 8 de janeiro.

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