Home Esporte Fórmula 1: Gabriel Bortoleto vive expectativa máxima para estreia em Interlagos

Aos 21 anos, Gabriel Bortoleto se prepara para um dos momentos mais marcantes de sua carreira: disputar pela primeira vez o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, no próximo dia 9, em Interlagos. O piloto da Sauber, natural de Osasco (SC), será o primeiro brasileiro a correr em casa desde a despedida de Felipe Massa em 2017, encerrando um hiato de oito anos sem representantes nacionais no grid em São Paulo.

“Correr na frente do meu País, representando o Brasil, é uma oportunidade única na minha vida. Não vejo a hora e, sendo bem sincero, não vou mentir, estou muito ansioso”, afirmou Bortoleto em entrevista à Folha, revelando a emoção de viver esse momento diante da torcida brasileira.

Em sua temporada de estreia na Fórmula 1, Bortoleto enfrentou altos e baixos. Após um início difícil, a Sauber evoluiu tecnicamente na segunda metade do campeonato, permitindo ao brasileiro somar seus primeiros pontos, atualmente, ele ocupa a 19ª posição no ranking, com 19 pontos. No GP do México, última etapa antes do Brasil, ele brilhou ao terminar em 10º lugar após largar em 16º.

“Sabemos que correr no meio do pelotão é super apertado, qualquer erro pode custar muito. Mas estou feliz com como a minha temporada tem sido”, disse. “Para os fãs que vão começar a acompanhar mais depois da corrida no Brasil, espero que vocês aproveitem, porque vão ver quão perto os carros estão atualmente na F1.”

Com a mudança de gestão da Sauber para Audi em 2026, Bortoleto está no centro de um projeto ambicioso. A equipe já opera sob administração da montadora alemã e prepara um carro totalmente novo para o próximo regulamento da categoria.

“Eu quero lutar por vitórias, mas isso leva tempo e construção. Estou aqui com um objetivo claro: pegar essa equipe e transformá-la em uma equipe de ponta”, declarou. “Tenho total confiança nesse projeto.”

Desde os tempos da Fórmula 3, Bortoleto se destaca pela maturidade e pela capacidade de análise sobre seus próprios erros e acertos. Ele acredita que essa postura tem sido essencial para sua adaptação à elite do automobilismo.

“É extremamente importante ser autocrítico. Ninguém nasce perfeito, e ninguém começa um esporte sabendo de tudo. Cometi erros neste ano e fiz muitas coisas boas também. Mas preciso ser autocrítico o suficiente para entender o que preciso melhorar. Se eu quero um dia alcançar o título mundial —se Deus quiser, eu vou alcançá-lo—, preciso ser autocrítico.”

Apesar da crescente popularidade, Bortoleto evita se rotular como ídolo, mas reconhece o desejo de se tornar uma referência para os brasileiros.

“Ídolo é uma palavra forte. Eu sou um piloto brasileiro na F1. Eu amo fazer o que eu faço. Acho que ídolo é algo que, um dia, se Deus quiser, pelos meus resultados, eu vou conquistar. Ainda estou na jornada para me tornar um ídolo. Espero realizar isso quanto antes e entregar um título mundial para o Brasil.”

No início da temporada, o consultor da Red Bull, Helmut Marko, classificou Bortoleto como um “piloto B”, sem velocidade pura. O brasileiro respondeu com desempenho.

“Com certeza. Entreguei ótimos resultados neste ano. Acho que está bem claro para ele o que eu tenho entregado. Mas eu nunca precisei provar nada para ele. Eu não tenho obrigação de provar nada para ninguém, só para mim mesmo.”

Sobre a relação com os fãs, ele valoriza o apoio e entende a cobrança como reflexo da paixão nacional pelo esporte.

“Eu entendo toda essa cobrança, entendo que é vontade de ter um cara lá em cima, vencendo de novo, um ídolo para unir o país. E é isso o que eu tenho muita vontade de conquistar.” (Com informações do jornal Folha de S.Paulo)