Segunda-feira, 13 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 13 de outubro de 2025
Durante a 12ª Reunião do Fórum Gaúcho da Mudança Climática, realizada em Porto Alegre, autoridades federais e estaduais destacaram os avanços e desafios da agenda ambiental brasileira em preparação para a COP30, que acontecerá em Belém, no Pará, em 2025. O evento reuniu representantes do governo federal, do Rio Grande do Sul e da presidência da COP para debater estratégias de adaptação, federalismo climático e valorização dos biomas.
* Luciana Abade: a COP dos biomas e o papel do Brasil
Luciana Abade, coordenadora de mobilização da presidência da COP30, abriu sua fala celebrando a realização da conferência no Brasil, país que sediou marcos históricos como a Eco-92 e a Rio+20. Ela destacou que todos os biomas brasileiros serão discutidos na COP, com apoio dos governadores estaduais.
“O Brasil é fundamental para o equilíbrio climático global. Todos os biomas são igualmente importantes para atingirmos nossas metas”, afirmou. Luciana também ressaltou que a COP30 será uma oportunidade para mostrar ao mundo o compromisso brasileiro com soluções inclusivas e sustentáveis.
* Inamara Santos Melo: adaptação e federalismo climático
Representando o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Inamara Santos Melo, coordenadora-geral de Adaptação, destacou o papel do Fórum Gaúcho na construção do federalismo climático. Ela lembrou que o governo federal tem priorizado a agenda climática em fóruns internacionais como o G20 e os BRICS, e que a COP30 reforça esse protagonismo.
Segundo Inamara, o Brasil enfrenta eventos climáticos extremos com frequência crescente, o que exige medidas urgentes de adaptação. Ela anunciou que o país está elaborando um novo Plano Nacional de Mudança do Clima, com metas ousadas de mitigação e 16 planos setoriais de adaptação.
“Precisamos reduzir vulnerabilidades e impactos diante da emergência climática. Essa agenda deve garantir qualidade de vida, justiça climática e distribuição de renda”, afirmou.
* Marjorie Kauffmann: reconstrução adaptada no Rio Grande do Sul
A secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul, Marjorie Kauffmann, representando o governador Eduardo Leite, destacou o protagonismo do estado na pauta climática. Ela lembrou que o Fórum Gaúcho foi criado em 2022 como espaço de escuta e construção coletiva, e que a conferência do bioma Pampa, realizada dentro do Fórum, reforça esse compromisso.
Marjorie relatou os impactos das enchentes de 2023 e defendeu a reconstrução adaptada da infraestrutura gaúcha. “Não é simplesmente refazer. É refazer para este momento. Uma estrada adaptada custa mais, a rede elétrica precisa ser mais alta”, explicou.
Ela também mencionou o programa Adapta Cidades, que será ampliado para atender centenas de municípios atingidos. “Tínhamos previsão para 10 cidades, mas no Rio Grande do Sul foram 477 afetadas. Adaptamos o programa para nossa realidade”, disse.
A secretária celebrou a inclusão do bioma Pampa na legislação ambiental e a participação internacional de Uruguai e Argentina na conferência. “Esse território é comum a nossos povos. A COP nos permite mostrar soluções construídas coletivamente”, afirmou.
Um legado que já começou
O evento evidenciou que a COP30 já está gerando impactos positivos antes mesmo de sua realização. Para Luciana, Inamara e Marjorie, o Brasil vive um momento de oportunidades para consolidar políticas climáticas robustas, que unam mitigação, adaptação e justiça social.
A 12ª Reunião do Fórum Gaúcho da Mudança Climática reforçou que, diante de desafios urgentes, a cooperação entre governos e sociedade é essencial para transformar compromissos em ações concretas.
Renato Zimmermann – Desenvolvedor de Negócios Sustentáveis e Ativista da Transição Energética