Sábado, 27 de Abril de 2024

Home Esporte Futebol internacional: ameaça de saída de jogadores já preocupa a Arábia Saudita

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Cristiano Ronaldo, Neymar, Karim Benzema, Sadio Mané e outros craques foram atraídos pelo projeto da Arábia Saudita de transformar o país em um polo esportivo mundial, com o futebol como carro-chefe. Porém, começa a surgir uma dúvida: por quanto tempo os sauditas conseguirão sustentar essa plataforma esportiva? Motivo: grandes nomes ameaçam deixar o país do Oriente Médio, em uma debandada que poderia indicar um fiasco do projeto saudita no futebol.

O inglês Jordan Henderson, ex-volante do Liverpool, ficou apenas seis meses no AlEttifaq e arrumou suas malas rumo ao futebol holandês, para jogar no Ajax. O atacante Benzema pode ser o próximo a deixar o país. Roberto Firmino também se arrependeu de ir para o futebol árabe.

Benzema não esconde de ninguém que quer sair. O francês não deu as caras no Al-Ittihad por 17 dias e retornou apenas na última quinta-feira ao clube. Ele estaria insatisfeito com as cobranças excessivas e incomodado com a demora para se adaptar ao futebol saudita. O artilheiro está louco para voltar ao futebol europeu. Porém, os dirigentes não querem negociá-lo de imediato.

Roberto Firmino também deseja trocar de ares. Quando saiu do Liverpool, esperava ter mais espaço no Al-Ahli. Não emplacou. Ele foi especulado em clubes brasileiros, como Corinthians e Grêmio, mas nada de concreto aconteceu.

Outro dos argumentos dos jogadores insatisfeitos é que, apesar das contratações de peso, a média de público do Campeonato Saudita é baixa: somente 8,5 mil pessoas por jogo. Também surge como empecilho a ameaça de perder espaço em suas respectivas seleções. Em um futebol de nível pouco competitivo, os jogadores deixam de atrair os olhares dos treinadores. Os conflitos que eclodiram na região nos últimos meses também integram a lista de preocupações dos atletas estrangeiros.

Um forte impeditivo para os que querem sair é que toda e qualquer debandada passa pela autorização e negociação com os clubes sauditas, com os quais os atletas assinaram acordos milionários. Quem quiser sair terá de negociar com os chefões o dinheiro recebido, o que não é tarefa fácil.

A Arábia Saudita não está se movendo apenas no futebol, outras modalidades fazem parte do hall de eventos e investimentos feitos pelo país: tênis, automobilismo, golfe, boxe e MMA são os principais. Os sauditas ainda serão anfitriões da Copa do Mundo de 2034. Portanto, uma mudança de rota no futebol causaria impacto em projetos de longo prazo.

A situação atual é delicada, a ponto de as contratações também minguarem na última janela. Agressivos no mercado de transferência de verão (no Hemisfério Norte), os sauditas gastaram mais de R$ 5 bilhões em contratações em 2023. Mas, no mercado de inverno deste ano, o anseio consumista cessou. Apenas o lateral-esquerdo brasileiro Renan Lodi, que atuará no Al-Hilal, pode ser considerado um reforço de peso. Ele já serviu à seleção brasileira.

Nova China

O quadro atual faz surgirem comparações com o futebol da China, que também fez altos investimentos em meados da década passada, aspirava sediar uma Copa do Mundo, mas com o passar do tempo foi enfraquecendo e viu os planos fracassarem.

No entanto, há uma grande diferença entre os projetos: os chineses jamais passaram perto de contratar estrelas com os sauditas fizeram. À época, os clubes de países mais periféricos como o Brasil eram os que verdadeiramente temiam perder seus atletas para os chineses. O caso da Arábia Saudita é bastante diferente, mas não é esse fator que impediria o projeto do país de ter o mesmo fim do da China.

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